
Gabão exige devolução de máscara Fang vendida em França
Está em curso uma batalha judicial em Alès, no sul de França, devido à disputa pela posse de uma rara máscara do século XIX trazida por um antigo governador colonial francês, provavelmente durante uma viagem ao Gabão.
A máscara, comprada por 150 euros por um comerciante de objectos em segunda mão, foi vendida em leilão por mais de quatro milhões de euros no ano passado. Os seus antigos proprietários apresentaram, entretanto, uma queixa. O Governo gabonês também recorreu aos tribunais franceses, pedindo a anulação da venda e a devolução da máscara ao país.
Entretanto, dois advogados compareceram perante o tribunal de Alès, no sul de França, ontem, terça-feira, dia 31, em representação do governo de transição do Gabão. Pedem a anulação das sucessivas vendas da máscara extremamente rara, da qual só restam cerca de uma dúzia no mundo, bem como o seu repatriamento para o Gabão e o depósito dos fundos.
O caso foi inicialmente apresentado nos tribunais pelo casal de oitenta anos que possuía a máscara de madeira esculpida, prerrogativa de uma sociedade secreta do povo fang do Gabão, antes de a vender a um comerciante de segunda mão, há dois anos, por 150 euros.
Alguns meses mais tarde, a máscara foi vendida em leilão por mais de quatro milhões de euros. O casal idoso pediu a anulação da venda. Se não conseguirem recuperar o objecto do seu avô, terão direito ao valor da máscara no final do leilão.
Paralelamente, em Setembro, o Estado do Gabão também apresentou uma queixa por manipulação de bens roubados em Montpellier, França. Embora exijam a sua devolução, os advogados lamentam que o paradeiro da preciosa máscara, comprada por um colecionador anónimo, seja actualmente desconhecido.