
Fábrica em Negage produz mais de dois mil colchões/dia
A fábrica de colchões da empresa “VIMO-Indústria”, localizada no Pólo Industrial do Negage (PIN), no município do Negage, na província do Uíge, produz mais de duas unidades diariamente.
A única unidade fabril em funcionamento no PIN, e que nesta altura se debate com várias dificuldades, segundo conta um dos seus gestores, Mohamed Balita, tem na sua linha de produção colchões normais e ortopédico, com tamanhos que variam entre solteiro, solteiro maior, casal, king e king size.
Mohamed Balita disse que a fábrica é a única na província do Uíge e, além de abastecer o mercado local, também fornece os seus produtos para outras regiões do país, como as províncias do Cuanza-Norte, Malanje, Zaire e Luanda, mas também para a Lunda-Norte onde tem uma representação de vendas.
O gestor sublinhou que o modelo de produção e gestão na unidade fabril de colchões do Negage permite colocar no mercado local produtos de qualidade aceitável e com as mínimas quantidades que podem suprir boa percentagem da demanda neste subsector produtivo, cujo objectivo é também divulgar a existência do Pólo Industrial do Negage e contribuir no crescimento económico da província e do país.
“Para o garante da nossa produção, usamos este tipo de produtos como matéria prima para fabricarmos os colchões, como Polypropylene glycol (POLYOL), Me-thelyne Chloride (MEC), Toluene Diissocyanate (TDI) entre outros. Substâncias que recorrem às importações nos mercados da China e África do Sul. Nossa capacidade de produção diária é estimada entre 2 mil a 3 mil colchões, dependendo sempre da disponibilidade do factor capital humano”, frisou Mohamed Balita.
Mão-de-obra
O empresário disse que a implementação da unidade fabril permitiu a criação de 20 postos de trabalhos efectivos com todas as condições de trabalho necessárias e políticas de segurança no trabalho salvaguardadas. A fábrica possui 10 máquinas, dentre as quais, duas para a produção, três para o corte dos colchões e cinco para costura e outra com memória computadorizada fazer desenhos nos tecidos de revestimento dos colchões.
“Em 2019, foi implementado, nesta fábrica, a produção de um artigo de alta qualidade, dos poucos existentes no país, que é a fabricação do colchão ortopédico, uma alavanca para o promissor parque industrial da província que tem sido o principal produto comercializado nas outras províncias de Angola. Esta espécie de colchão ortopédico é resultado da reciclagem do material do colchão de esponja, triturado em uma máquina específica e adicionado à mistura de outros produtos”, fez saber.
Investimento
O principal gestor da unidade fabril, Ahmud Bacawat Alex disse que o projecto de investimento privado entrou em funcionamento em Se-tembro de 2011, com a aplicação de um milhão de dólares norte-americanos, apesar de enfrentar várias dificuldades para poder manter-se funcional.
Além da matéria-prima que deve ser importada, o Polo Industrial do Negage carece de várias infra-estruturas integradas para o seu normal funcionamento, como água, arruamentos, serviços bancários e outros.
“A nossa maior vantagem é por estarmos junto a uma estrada nacional e haver energia eléctrica proveniente do aproveitamento hidroeléctrico de Capanda”, salientou.
Empresário aposta no mercado
Mohamed Balita anunciou a abertura de duas novas unidades fabris no município do Negage, sendo uma fábrica de tintas e outra de verniz, cujas obras de construção e implantação dos equipamentos já tiveram início.
“Estamos, agora, a direccionar os nossos investimentos em outras áreas da indústria. Está em curso a construção e implantação de toda maquinaria e outros equipamentos para nos próximos meses a província do Uíge, com particularidade do município do Negage, tenha também uma fábrica de tintas e de vernizes”, anunciou.
Mohamed Balita defende a necessidade do fim da burocracia no licenciamento e aprovação de projectos de investimento no PIN, tendo em conta que ainda existem muitos investidores disponíveis para materializar a sua ideia naquele espaço industrial.
Apelou, também, à classe empresarial nacional e estrangeira a investirem no Uíge pelas valências que a região possui.
“O Uíge é uma terra que precisa de mais investimentos. Tem terra fértil, uma vasta hi-drografia, capital humano e muitos recursos naturais, basta apenas que o governo local elimine algumas burocracia que têm servido de entrave para a tomada de decisão de muitos investidores direccionarem os seus projectos para a província”, referiu.