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Diversidade de estilos marca o regresso da “Festa do Povo”

É Carnaval é folia e alegria. A maior manifestação cultural do país regressou às ruas, depois de dois anos de suspensão devido à pandemia da Covid-19. Na sequência da apresentação infantil, no sábado, e da Classe B, no domingo, a Nova Marginal de Luanda viu, segunda-feira, desfilar os grupos da Classe A, com o Presidente João Lourenço e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, nas bancadas.

O desfile começou por volta das 17h00 e terminou perto das 21h00. O União Twabixila, do município de Viana, foi o primeiro a exibir-se. No total, desfilaram 13 grupos, entre os quais o União Mundo da Ilha, vencedor da última edição, e com mais títulos conquistados (14). Nas outras províncias também dançou-se o carnaval, que continua hoje com o desfile de rua.

As danças, canções, vestimentas e os adornos que representam toda uma herança de feitos carnavalescos de gerações foram exibidos, na tarde de ontem, no acto central competitivo do Carnaval de Luanda, que regressou dois anos depois no formato “tradicional”, no asfalto da Marginal da Praia do Bispo, em Luanda.

A “Festa do Povo” foi prestigiada com a presença do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, acompanhado pela Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço. Estiveram ainda presentes na tribuna VIP, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, o governador de Luanda, Manuel Homem, e outras entidades do aparelho do Estado.

Na edição de ontem foi homenageado o grupo da Classe B Adultos. O comandante Zito Francisco do grupo União Café de Angola, que tem como estilo de eleição a (varina), disse, ao Jornal de Angola, que embora estejam a desfilar na classe B dos adultos é com satisfação que receberam a homenagem feita pelo Ministério da Cultura e Turismo, em prol do contributo que tem dado para o crescimento e preservação da matriz cultural dos luandenses.

O grupo apresentou-se no máximo da sua força. As cores dos trajes do grupo faziam lembrar “Os Laranjas Mecânicas” designação da Selecção Nacional de futebol dos Países Baixos (Holanda).

Em 25 minutos, aproximadamente, os grupos carnavalescos mostraram toda a sua ginga explorando cadências rítmicas das danças, canções e as vestimentas coloridas, acompanhadas  de enfeites, que representam toda uma riqueza cultural de grupos de várias origens que formam o povo angolano.

O Entrudo (Carnaval), conhecido pela sua peculiaridade, marcou de maneira muito forte os presentes. Embora em Luanda o En-trudo  tenha uma história a preservar, foi possível observar nos grupos carnavalescos a constante necessidade de se fazer inovações, no sentido de tornar a maior manifestação cultural do país num produto mais atractivo na promoção do turismo e da indústria cultural.

Originalidade ao Carnaval

As canções dos grupos carnavalescos têm sido adaptadas para uma cadência rítmica mais acelerada e dinâmica, para torná-las mais dançantes, sendo que o difícil tem sido fazer o enquadramento temático dentro de uma sonoridade mais rápida, por causa da fonética da língua kimbundu que a maioria dos grupos utiliza para a composição dos temas, segundo estudiosos da dança e do canto, que, durante os dias que antecederam a festa fizeram questão de situar os amantes do Carnaval.

Por essa e outras razões, muitos especialistas defendem o regresso das canções ao vivo durante os desfiles, por exigir maior criatividade dos intérpretes. No entanto, há toda uma importância da criação de condições técnicas no local da actividade para este exercício.

A dançar o Carnaval há 15 anos, o grupo União Twabixila foi o primeiro a desfilar, com muita ginga no pé mostraram que foram à Marginal para conquistar um lugar entre os três primeiros. O grupo apresentou o tema “A mulher não pode ter dois homens”, mostrando estar preocupado com as influências do modernismo que tem criado “choques culturais”.

A financeira do grupo, Maria Luísa (tia Neide), disse que levaram à Marginal a dança (dizanda). Explicou que a intenção foi criar um tema que ajude a juventude a repudiar esse tipo de comportamento que fere os princípios morais e não ajuda a recuperar os costumes como forma de preservar a matriz cultural angolana.

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