
Discurso do Presidente da União Africana no encerramento da 2ª Cimeira África-CARICOM
Concluíram em Adis Abeba ao fim da tarde deste domingo, 7 de Setembro, os trabalhos da Segunda Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) e da Comunidade do Caribe (CARICOM).
No essencial, os dois blocos regionais defenderam a necessidade de relações mais estreitas e intensas, que se expressem nos mais variados domínios, como o das ligações aéreas, trocas comerciais, relações culturais e científicas, entre outros.
O Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, que dirigiu as sessões de trabalho, procedeu ao encerramento da cimeira com um discurso em que colocou em evidência o facto de se abrir um vasto campo de cooperação entre as duas regiões, África e as Caraíbas.
Eis o texto integral do discurso de encerramento:
“Sua Excelência Taye Atsekeselassie, Presidente da República Democrática Federal da Etiópia e Anfitrião da Conferência;
– Suas Excelências Chefes de Estado e de Governo de países africanos e do CARICOM;
– Sua Excelência Terrace Drew, Primeiro-Ministro de São Cristóvão e Neves e Presidente Designado da Comunidade das Caraíbas;
– Suas Excelências Representantes de Chefes de Estado e de Governo;
– Sua Excelência Mahamoud Ali Youssouf, Presidente da Comissão da União Africana;
– Sua Excelência Carla Barnett, Secretária-Geral da Comunidade das Caraíbas;
– Membros do Corpo Diplomático Acreditado em Adis Abeba;
– Excelências;
– Minhas Senhoras, Meus Senhores;
Chegámos ao fim desta jornada de trabalho, com importantes consensos sobre as estratégias que deveremos seguir para tornar cada vez mais robusta a cooperação entre os nossos países e as nossas respectivas regiões, tendo em vista a resolução de problemas e a simplificação de processos que nos coloquem na rota do desenvolvimento, para o que deveremos tirar partido de todo o potencial de oportunidades de que dispomos no plano do comércio, dos diferentes recursos naturais, da cultura e no da força da fraternidade que nos une.
Tivemos a oportunidade de constatar que estamos diante de um amplo campo de cooperação entre a União Africana e a CARICOM, em que se inscrevem muitos interesses e objectivos comuns a serem concretizados com um dinamismo que requer que estabeleçamos uma periodicidade regular e mais curta entre uma Cimeira e outra, por forma a que possamos avaliar o desempenho que tivemos e rectificar, se for caso disso, os eventuais erros cometidos neste intervalo de tempo.
Estamos a sair desta Cimeira com um roteiro em que estão contempladas acções que nos cabe realizar para cumprirmos propósitos comuns ao nível da cooperação entre a África e a CARICOM em si mesma e no da articulação que deveremos
procurar estabelecer para que, ao nível das instituições internacionais, façamos ouvir a nossa voz em defesa dos princípios que regeram e devem continuar a reger as relações internacionais contemporâneas.
É para mim bastante gratificante constatar que não nos deixámos tolher pela dor, pela tristeza e pelo sofrimento a que os nossos antepassados se sujeitaram mas, pelo contrário, fizemos disso uma fonte de inspiração, de energia e de determinação para honrarmos a memória dos nossos ancestrais, batendo-nos pela dignificação dos povos de África e do Caribe, que almejam a uma vida com os melhores e mais modernos padrões de bem-estar e de prosperidade.
Como pudemos notar nesta 2ª Cimeira África-CARICOM, as reflexões de cada um de nós, durante este dia de trabalho, centraram-se numa série de temas essenciais, desde questões relativas à paz e segurança, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética, passando pela educação, mobilidade dos jovens, cooperação sanitária e valorização do património cultural afrodescendente.
Ao longo das nossas discussões, vimos com clareza que este encontro marca uma etapa importante na redefinição das parcerias entre os países africanos e caribenhos, numa óptica de desenvolvimento conjunto, equidade e respeito mútuo, constituindo, assim, um motivo de grande orgulho para nós.
Compete-nos, agora, transformar as decisões desta Cimeira em resultados palpáveis para as nossas populações, em particular para as gerações mais jovens que aspiram a um futuro mais justo, seguro e próspero.
Declaro encerrada a 2ª Cimeira África-CARICOM.
Obrigado pela vossa atenção”.