
Defendida a consolidação do turismo intercontinental
Os representantes das várias delegações africanas apelaram, terça-feira, em Luanda, ao aumento do turismo intercontinental e adopção de políticas para baixar o custo das viagens aéreas, de modo a melhorar a conectividade regional.
Provenientes da Nigéria, Etiópia, Ilhas Maurícias, além dos anfitriões angolanos, falavam sobre o “Turismo como motor da conectividade aérea em África” no primeiro dia da 2.ª Conferência Ministerial da ONU Turismo e da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO sigla em inglês), que decorre até amanhã, 24, em Luanda.
De acordo com o jornal de Angola, o ex-ministro da Informação e Cultura da Nigéria, Lai Mohammed, apontou o défice de políticas para aumentar o tráfego urbano como a maior causa da baixa conectividade regional.
A falta de voos directos entre países do continente por parte de companhias aéreas africanas também foi apontada como um dos indicadores do baixo nível de turismo intercontinental.
Nos últimos anos, o sector do Turismo tem crescido consideravelmente, com uma taxa de 10 por cento da economia global, e para o presidente da ICAO na Nigéria, Ben Tukur, África tem um grande potencial turístico que está intacto devido às péssimas condições das estradas e outras infra-estruturas.
Apontou o transporte aéreo como a única saída, tendo em conta que os dois sectores precisam caminhar juntos para impulsionar o turismo doméstico, de segurança e internacional no continente.
“A iniciativa de Integração Regional, que é a Africa Continental Free Trade Area, é uma plataforma para harmonizar políticas e processos, que visa a cooperação cross-border, que também vai ajudar a melhorar o turismo”, disse o representante da ICAO.
Já o presidente do Conselho Administrativo da Asky Airlines, Esayas Hailu, disse que apesar do continente africano representar 20 por cento da população mundial, representa apenas 3,0 por cento do tráfego aéreo a nível mundial.
Para Esayas Hailu, não se pode falar de turismo no continente se os africanos não exploram isso entre os países da região.
E para isso acontecer, explicou o etíope, é preciso criar uma conectividade para união dos africanos com políticas de facilitação de vistos, melhoria das infra-estruturas e das regulações económicas.
Sublinhou que está na hora dos países africanos implementarem os acordos e políticas que defendam a criação de instituições.
Quanto às infra-estruturas, o administrador não-executivo da TAAG, Misayely Abias, apontou o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto e a abolição de vistos para vários países africanos como o grande investimento de Angola para impulsionar o turismo e quebrar as barreiras do sector. “Não se pode promover um turismo com uma quantidade limitada de voos e sem vistos grátis”, disse Misayely Abias.