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Cyril Ramaphosa toma posse como presidente da África do Sul

Cyril Ramaphosa foi hoje, quarta-feira, dia 19, empossado para um segundo mandato consecutivo como presidente da África do Sul, apesar de não ter conseguido assegurar uma maioria no parlamento nas eleições do mês passado para o seu Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês).

Os legisladores reelegeram-no como presidente na semana passada, na sequência de um acordo entre o ANC, o seu rival de longa data, a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), e outros partidos para formar um governo de coligação.

O ANC, no governo desde o fim do apartheid, em 1994, perdeu pela primeira vez a maioria nas eleições de 29 de Maio, tendo sido obrigado a formar um governo de unidade nacional.

A cerimónia contou com a presença de muitos dignitários, incluindo vários chefes de Estado africanos. “Juro que serei fiel à República da África do Sul… Obedecerei, observarei e defenderei a Constituição e todas as outras leis da República”, disse Ramaphosa, no juramento de investidura prestado diante do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Raymond Zondo.

Após o juramento, uma banda tocou o hino nacional, seguido de uma salva de 21 tiros e de um sobrevoo de helicópteros do exército, antes de Ramaphosa fazer o seu discurso inaugural.

O partido uMkhonto weSizwe (MK), formado há seis meses pelo antigo Presidente Jacob Zuma, não participou na cerimónia de tomada de posse à qual apelidou de “farsa”. O MK, que obteve 15% dos votos e 58 assentos parlamentares, já havia boicotado a primeira sessão do parlamento na sexta-feira passada.

Uma coligação governamental inédita

Ramaphosa manteve-se na presidência apesar de a votação do ANC ter caído 17% e ter perdido 70 assentos no parlamento. Conseguiu formar governo através de um acordo de partilha do poder com o partido liberal DA, um rival histórico, e outros partidos.

Esta coligação constitui uma viragem ao centro, uma vez que os partidos de esquerda e populistas rejeitaram o convite de Ramaphosa para se juntarem a um governo de unidade nacional.

Nos próximos dias, espera-se que Ramaphosa nomeie um gabinete, que deverá incluir os seus novos parceiros de coligação – o DA e três outros partidos mais pequenos. Em conjunto, a coligação representa 68% dos lugares no parlamento.

Aguarda-se também que o presidente estabeleça uma agenda para salvar a economia cada vez mais caótica.

Durante o seu mandato, o desempenho económico continuou a sofrer com os cortes de energia, o aumento da criminalidade e do desemprego.

Recorde-se que Ramaphosa tornou-se presidente pela primeira vez em 2018, quando o seu antecessor, Zuma, foi forçado a demitir-se devido a alegações de corrupção, que o próprio sempre negou.

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