CPLP quer apostar na educação digital
O secretariado executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desafiou, na passada terça-feira, dia 6, os Estados lusófonos a apostarem na digitalização da educação para proporcionar aos estudantes ferramentas adequadas aos desafios actuais.
O desafio foi lançado pelo representante do secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na abertura da 14ª reunião técnica dos pontos focais da Educação da comunidade lusófona, que arrancou este terça-feira, dia 6, em São Tomé e Príncipe, país que detém a presidência da CPLP.
João Ima-Panzo referiu que a reunião “inaugura um ciclo no sector da educação” com realizações que serão concretizadas no arquipélago e em todo o espaço da CPLP e para isso assegurou a disponibilidade de todos os Estados para “cooperar no que for necessário para a concretização do plano estratégico de cooperação multilateral neste domínio.”
O representante do secretário executivo da CPLP deixou o desafio para se refletir na digitalização da educação”, sublinhando que “o mundo avança numa velocidade estonteante, bastante vertiginosa e a educação está voltada para o futuro” que “deve captar para o seu seio as tendências sociais para a vida em sociedade no futuro, para a profissionalização no futuro”.
“Hoje cada vez mais a digitalização é requerida não só no sentido da organização escolar, mas é também uma necessidade imperiosa no sentido de tomá-la como um objectivo pedagógico nas nossas escolas: educar para a digitalização, de modo a que os nossos estudantes tenham as ferramentas necessárias a altura dos desafios do seu tempo”, precisou João Ima-Panzo, sublinhando que “a educação no quadro da cooperação multilateral da CPLP é o espaço social no qual se faz desabrochar o desenvolvimento do capital humano, pressupondo que nela as pessoas atinjam o seu pleno potencial e contribuam para o crescimento dos povos e o desenvolvimento social, económico e ambiental.”
Destacou o plano estratégico de cooperação multilateral em educação da CPLP para o período 2022-2026 e o plano de ação 2022 a 2024 que forneceu “instrumentos importantes para a realização da cooperação no domínico da educação”, registando progressos, nomeadamente com “o lançamento do projecto piloto das escolas amigas da CPLP” para contribuir na promoção da língua portuguesa e os valores da paz e da democracia que norteiam a organização.
Apontou ainda a implementação de iniciativas como o primeiro exercício de inspeção em educação, bem como avanços na produção de estatística em educação na CPLP, que vem cobrir a “grande dificuldade” relativa a “existência de dados sistematizados sobre as diferentes áreas.”
Por seu lado, a ministra da Educação, Cultura e Ciências de São Tomé e Príncipe acrescentou que outras acções “estão a ser materializadas” para reinventar “novos caminhos e soluções” nos sistemas educativos da CPLP.
“Afirmamos aqui o nosso compromisso de continuarmos empenhados em dar continuidade à dinâmica que a CPLP/Educação conheceu na presidência angolana, reforçando os eixos como ensino técnico e profissionalizante, educação especial, alimentação, nutrição e saúde escolar, norteados pelos documentos orientadores e pelas ações concertadas e integradas”, disse Isabel D’Abreu.
A governante são-tomense sublinhou que a educação é a área mais impactante, transformadora e segura e de frutos duradouros” que tem uma importância inquestionável “como suporte do desenvolvimento económico, social e cultural, de luta contra a pobreza e a exclusão social.”
Recorde-se que São Tomé e Príncipe assumiu a presidência rotativa da CPLP em Setembro do ano passado com o lema Juventude e Sustentabilidade.