
Companhias aéreas obrigadas a adaptar-se ao encerramento dos céus do Níger
A decisão da junta militar de encerrar o espaço aéreo do Níger, no domingo, 6 de Agosto, vem juntar-se às proibições de voos sobre outros países do Sahel. As consequências a longo prazo para as companhias aéreas são susceptíveis de ter um impacto na organização, nos atrasos e nos custos.
De Niamey, a capital do Níger, não há voos comerciais desde domingo, 6 de agosto. Nesse dia, perante a ameaça de intervenção aérea dos países vizinhos, a junta militar decidiu fechar o espaço aéreo do país. “Esperávamos que ficasse aberto para os cinco países vizinhos como antes, mas não ficou. Por isso, estamos à espera”, refere Dominique (nome fictício) ao jornal francês Le Monde. Ontem, Dominique planeava apanhar um voo da Air Algérie para casa. Até agora, sem sucesso.
Para além de dificultar a circulação dos viajantes em terra, esta situação já está a causar complicações às companhias aéreas que se estendem muito para além do Níger. Esta proibição vem juntar-se a outras existentes de sobrevoar a Líbia e o Sudão, tornando mais de metade do céu do Sahel intransitável para as companhias aéreas.
No domingo, a Air France, a British Airways, a KLM, a Lufthansa e a Turkish Airlines, entre outras, tiveram de cancelar voos, atrasá-los ou mesmo desviá-los para poderem abastecer-se do combustível necessário para prolongar a duração de certos voos. Em seis destes voos, por exemplo, a companhia aérea francesa, que serve trinta e três destinos no continente africano, teve de voltar para trás a meio do voo para reabastecer. O voo de Nairobi, no Quénia, para Paris-Charles de Gaulle foi desviado para Casablanca, em Marrocos, para reabastecimento.
A Air France suspendeu igualmente os seus voos para Bamako (Mali) e Ouagadougou (Burquina Faso) até sexta-feira, 11 de agosto inclusive, uma vez que estes dois países são dominados por regimes militares que se mostraram solidários com a junta no Níger. “Os voos serão efectuados sem escalas entre Acra (Gana) e Paris – Charles-de-Gaulle”, indicou a companhia aérea.