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Chefe de Estado inaugura hoje projecto diamantífero Luele

O projecto diamantífero Luele, localizado na margem do rio com o mesmo nome, na comuna de Luaxe, a 37 quilómetros da cidade capital, vai ser inaugurado hoje, pelo Presidente da República, João Lourenço.

A iniciativa mineira, com profundidade de 95 metros, tem um volume de 34 milhões de massa mineira, tendo as actividades de prospecção iniciado entre 2012 e 2017. Em 2013 foi confirmado o potencial.

Com o arranque da mina, prevê-se um impulso nos desafios do Executivo com a aposta nos agrominerais, aumentando os níveis de produção diamantífera, mas também a arrecadação de receitas para os cofres do Estado e, por via disso, a geração de empregos.

A dimensão da mina do Luele é duas ou três vezes maior que a de Catoca, devendo o arranque mobilizar, nesta fase inicial, 1200 trabalhadores, que se deve estender, posteriormente, a meta dos 5000.

A mina vai ser explorada até aos 600 metros de profundidade, devendo, dada a aproximação ao rio Luele o processo de exploração ser, provavelmente, constrangido por problemas hidrogeológicos. Em face disso, sistemas de bombagem sugam a água para decantação e posterior devolução ao rio.

O projecto conta ainda com uma central eléctrica projectada para ter o dobro da capacidade de Catoca. Para dar vazão ao volume de minério explorado, a mina do Luele deverá recorrer aos préstimos de Catoca.

Constatação

Domingo, um grupo de jornalistas pôde manter contacto com a extensão da mina, tendo recebido explicações, no local, sobre a grandiosidade do projecto.

Do interior do projecto, é possível constatar a enorme escavação feita à zona de trabalho dos engenheiros, numa espécie de autêntica banheira a céu aberto, instalada numa área rodeada de árvores, predominando mangueiras.

Após chegar à mina de Luele, provavelmente de helicóptero, o Chefe de Estado desembarcará no heliporto instalado no local e será encaminhado para a zona do Miradouro, de onde vai observar os trabalhos na mina, ao mesmo tempo em que receberá dos técnicos explicações precisas sobre as características e o processo de produção.

Antes disso, João Lourenço vai descerrar a placa de inauguração do projecto diamantífero, naquele que é o momento mais aguardado da cerimónia.

O Presidente da República percorrerá três pontos de observação, devendo, na segunda etapa da visita, assistir a um vídeo sobre o histórico da mina, desde a prospecção, em 2012, até ao período de escavação dos 50 metros, fase onde começa o minério (cascalho).

Na derradeira etapa,  seguirá para a zona da fábrica, onde deverá tomar contacto com o processo tecnológico de extracção dos diamantes.

Responsabilidade social

Tal como se esperava, o gigantesco projecto diamantífero do Luele arrasta consigo vários benefícios para a comunidade do Luaxe. No domínio da Responsabilidade Social, o projecto prevê construir 300 casas sociais para reassentamento de comunidades localizadas na vizinhança.

O projecto contempla posto médico, centro comunitário, posto policial, lojas, escola e jardim, devendo a comunidade contar, também, com lavra comunitária. Para tal, foram disponibilizados dois tractores e está garantido o apoio técnico.

A mina passará a ser um importante contribuinte na produção de diamantes no país e, ao mesmo tempo, oferecerá grande impulso no crescimento económico e, por conseguinte, na melhoria da qualidade de vida das populações locais.

Aposta nos agrominerais

A entrada em funcionamento do projecto diamantífero do Luele reforça, grandemente, a aposta do Executivo nos agrominerais. Como prova disso, para o presente ano, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) prevê fechar com uma receita bruta na ordem dos 12,41 milhões de quilates.

O valor em causa foi avançado à imprensa, recentemente, pelo director nacional de Recursos Minerais, Paulo Tanganha, por altura da apresentação das realizações sobre a produção, comercialização e exportações de diamantes.

Com este valor, que representa menos de 37 por cento, se comparado ao período anterior, resulta da venda de cerca de 2 milhões e 933 mil quilates de diamantes ao preço médio de 202, 61 dólares por quilates. Durante o primeiro semestre do corrente ano, foram recuperados cerca de 4 milhões e 93 mil quilates de diamantes, provenientes maioritariamente da actividade de exploração industrial.

Comparativamente ao mesmo período em 2022, o responsável disse que se registou um decréscimo da quantidade de quilates recuperados, de aproximadamente 3,9 por cento.

Entre as empresas angolanas, destaque para a Sociedade Mineira de Catoca, reflectido numa produção de diamantes na ordem de 67%. Ou seja, a produção da maior empresa de diamantes do país atingiu uma cifra de 6.4 milhões de quilates, produzido em seis meses em todo o país. Por sua vez, a Sodiam (companhia pública com exclusividade na exportação dos diamantes angolanos) declarou nos dois primeiros semestres um encaixe de 21,7 milhões de dólares, com a venda de 1.206, 91 quilates, resultante do sexto leilão de pedras especiais de diamantes brutos, realizado em Maio último. Do lote à venda, com 36 pedras no total, incluía pedras especiais de mais de 10.80 da produção de quilates da produção do Lulo; sete da Mina de Catoca, duas pedras do Luminas; uma do Chitotolo, uma pedra do Uari, uma da Lunhinga, 19 pedras especiais do Kaxiepa e uma pedra especial proveniente da Cooperativa Moquita.

Quanto às exportações, as informações disponibilizadas dão conta que totalizaram cerca de 4 milhões e 66 mil quilates, perfazendo o valor bruto de aproximadamente 711 milhões e 738 mil dólares norte-americanos.

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