
Angola entre os 10 países africanos que subiram na escala de rendimento, destaca BM
Dez países africanos, entre os quais Angola, conseguiram, desde o início do século, ascender da categoria de rendimento baixo para rendimento médio, segundo um relatório recente do Banco Mundial, divulgado pela publicação ‘Business Insider’ que alerta, contudo, para o abrandamento deste progresso nos últimos anos.
No ano 2000, existiam 63 países classificados como economias de baixo rendimento, que albergavam mais de 60% dos 1,8 mil milhões de pessoas a viver em pobreza extrema. Desses, 39 evoluíram entretanto para a categoria de rendimento médio, sendo que vários pertencem ao continente africano.
O relatório assinala, porém, que o ritmo de transição tem diminuído de forma acentuada, devido ao agravamento de crises internas e externas. Guerras e violência persistentes, choques climáticos, endividamento crescente e debilidades estruturais de desenvolvimento estão entre os principais factores apontados.
Em 2023, ainda se registavam 24 países com rendimentos anuais per capita inferiores a 1145 dólares, dos quais 26, maioritariamente localizados na África Subsaariana, concentravam mais de 40% da população mundial em situação de pobreza extrema.
“O progresso na eliminação da pobreza extrema depende crucialmente de acelerar a transformação dos países de baixo rendimento”, refere o Banco Mundial, sublinhando que, desde 2010, o crescimento médio anual per capita nessas economias foi inferior a 0,1%, o que equivale a 15 anos de oportunidades perdidas.
Apesar das dificuldades, a instituição destaca dez países africanos que conseguiram inverter a tendência e ascender à categoria de rendimento médio.
Angola passou de 360 dólares em 2000 para os actuais 2130 dólares. A Guiné Equatorial passou de 680 dólares em 2000 para 5240.
A Costa do Marfim evoluiu de 640 dólares para 2670 dólares, enquanto São Tomé e Príncipe registou um salto de 480 dólares para 2480 dólares. A República do Congo passou de 560 dólares para 2470 dólares e o Gana de 330 dólares para 2340 dólares.
Na Mauritânia, o rendimento subiu de 710 dólares para 2150 dólares; no Quénia, de 430 dólares para 2110. Já a Nigéria evoluiu 360 dólares para 1930 dólares, enquanto o Zimbabwe passou de 360 para 1740 dólares.
Estes avanços são apontados pelo Banco Mundial como exemplos de trajectórias económicas positivas, ainda que ocorram num contexto de fortes constrangimentos internos e externos que continuam a desafiar o desenvolvimento sustentável do continente.