
Angola assina Memorando para desenvolver Corredor do Lobito
Angola, Zâmbia, República Democrática do Congo (RDC), Estados Unidos da América, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a Africa Finance Corporation assinaram, esta quinta-feira, em Bruxelas (Bélgica), um Memorando de Entendimento para a mobilização de recursos financeiros destinados a acelerar o desenvolvimento do Corredor do Lobito.
A assinatura desse documento enquadra-se no compromisso da criação da Parceria para as Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGII) assumido na Cimeira do G20, realizada em Nova Deli (Índia), em Setembro último.
De acordo com uma nota de imprensa, o ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano, pela parte angolana, foi um dos signatários do Memorando, enquanto a União Europeia esteve representada pela sua comissária Jutta Urpilainen, para além dos representantes dos EUA, da RDC, Zâmbia, Africa Finance Corporation e do Banco Africano de Desenvolvimento.
Conforme a nota de imprensa, o Memorando de Entendimento descreve a colaboração entre os diferentes parceiros envolvidos e define as funções e os objectivos para o desenvolvimento do Corredor do Lobito.
Avança que a respectiva parceria também baseia-se na passagem de conhecimentos técnicos, mobilização de investimentos para a digitalização dos processos e na dinamização das cadeias de valor agrícolas que aumentarão a competitividade regional, através desse Corredor.
Segundo o documento, a cooperação centrar-se-á em três áreas distintas: investimentos em infra-estruturas de transporte, medidas para facilitar o comércio, o desenvolvimento económico e o trânsito, e apoio aos sectores directamente relacionados para fomentar o crescimento económico inclusivo e sustentável nos três países africanos a longo prazo.
Quando estiver totalmente operacional, o Corredor do Lobito vai aumentar as possibilidades de exportação para Angola, Zâmbia e a RDC, impulsionar a circulação de mercadorias e promover a mobilidade dos cidadãos, para além de contribuir para o aumento e valorização das trocas comerciais intra-africanas.
O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase mil e 300 quilómetros e continua por mais 400 quilómetros na República Democrática do Congo até Kolwezi, o coração do Copperbelt, estando igualmente ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo (SNCC).
A concessão dessa infra-estrutura, por 30 anos, está a cargo do consórcio Lobito Atlantic Railway, empresa conjunta constituída pela Trafigura Pte Ltd (Trafigura), Mota-Engil Engenharia e Construção África SA (Mota-Engil) e a Vecturis SA, uma operadora ferroviária independente.