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África pode ser uma voz forte para o Sul Global

O ministro das Relações Exteriores considerou, terça-feira, em Apia, capital de Samoa, que África pode ser uma voz forte e unida para o Sul Global, num mundo multipolar e interligado que está actualmente a testemunhar mudanças e realinhamentos geopolíticos fundamentais, com implicações para todas as regiões da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP).

Téte António, que discursava, em nome de África, na assinatura do acordo de parceria entre os OEACP e a União Europeia, disse estar convencido de que o papel do continente africano pode mudar a dinâmica que influencia a política no mundo.

Segundo o chefe da diplomacia angolana, as lideranças políticas ao nível continental podem abordar, positivamente, os desafios e oportunidades actuais e emergentes que a região enfrenta. “Estou convencido de que o papel de África pode mudar a dinâmica que influencia e impacta a política global, capacita as respectivas regiões, promove a boa governação, mantem as relações pacíficas de vizinhança e cria resultados positivos de desenvolvimento – e, o que é mais importante, ser uma voz forte e unida para o Sul Global”, referiu.

De acordo com o ministro, África definiu as prioridades estratégicas da sua futura parceria e envolvimento com parceiros-chave quando os líderes do continente adoptaram a Agenda de Desenvolvimento 2063 que define “a África que queremos”.

O que se quer, referiu, “é uma África próspera fundada no crescimento inclusivo e desenvolvimento sustentável, de boa governação, democracia, respeito pelos direitos humanos, justiça e Estado de direito, uma África pacífica e segura, com uma forte identidade cultural, comum património, valores partilhados e ética, uma África cujo desenvolvimento é impulsionado pelas pessoas, confiando no potencial do povo africano, especialmente das suas mulheres e jovens, e que cuida das suas crianças, e, por último, a África como um actor global forte, unido, influente e parceiro”.

Segundo Téte António, estas prioridades delineadas na “África que queremos” estão claramente alinhadas com as prioridades estratégicas indicadas no Protocolo Regional de África do Acordo de Samoa.

Para tal, acrescentou, a tarefa que se tem pela frente é importante e carregada de grandes expectativas. “Uma tarefa importante a entregar aos nossos povos através deste acordo de parceria que acende a esperança de uma economia de género próspera, sustentável, estável e pacífica”, sublinhou Téte António, antes de defender sociedades equilibradas e inclusivas na UE e em África, num momento em que o multilateralismo, a solidariedade e o Estado de Direito estão ameaçados.

A cerimónia de assinatura, ontem, do acordo de parceria entre OEACP e EU, marca o início de uma jornada que, de acordo com o chefe da diplomacia angolana, irá traçar o futuro juntos como uma aliança para solidariedade e unidade para as nações.

Téte António afirmou que a região África vai procurar avançar com as modalidades de implementação do novo acordo, sendo necessário estabelecer as estruturas de governação descritas no protocolo regional apoiadas por um forte secretariado com grupo dedicado de especialistas.

“O caminho que estamos a trilhar requer visão, coragem e vontade política inabalável. Neste mundo em constante mudança, devemos sustentar a nossa fé uns nos outros e manter e consolidar os nossos laços de unidade e solidariedade”, apelou.

“Nunca esqueçamos que temos uma responsabilidade para com as gerações que vieram antes de nós, cujas base que estamos agora nos esforçando para consolidar, e aqueles que virão depois de nós. Devemos isso a eles não apenas manter o ímpeto, mas levá-lo a um nível mais elevado”, acrescentou.

O titular da diplomacia angolana considerou que com a assinatura do novo Acordo de Parceria OEACP-UE, os africanos estão optimistas de que um novo amanhecer se aproxima. “Que todos nos inspiremos para enfrentar o futuro com renovado vigor, lealdade e dedicação à nossa parceria”, concluiu.

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