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África do Sul quer reforço da cooperação internacional em matéria financeira

O ministro das Finanças da África do Sul, Enoch Godongwana, pediu ontem, quinta-feira, dia 17, o reforço do multilateralismo e da cooperação internacional, ao abrir a terceira reunião de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais sob a presidência sul-africana do Grupo dos 20 (G20), de acordo com a agência Lusa.

“Temos um papel fundamental a desempenhar na revitalização e no fortalecimento do multilateralismo, promovendo o diálogo inclusivo, reforçando a cooperação baseada em normas e impulsionando a acção colectiva face aos desafios globais que nenhum país pode resolver sozinho”, afirmou o ministro sul-africano, no resort de Zimbali, em Durban, onde decorre, até hoje, sexta-feira, o encontro das economias mais desenvolvidas do mundo.

Na opinião de Enoch Godongwana, embora a inflação seja moderada e as condições financeiras tenham começado a estabilizar em algumas regiões, “a incerteza continua a pesar sobre as perspectivas de crescimento mundial.”

No âmbito das prioridades estabelecidas pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, para a sua liderança do G20, o ministro salientou que os países africanos e do Sul Global estão a ser asfixiados pela dívida crescente, pelo espaço fiscal limitado e pelo elevado custo do capital.

Estes desafios, destacou Godongwana, “limitam a sua capacidade de investir na sua população e no seu futuro”.

Alguns dos temas na agenda do fórum são a reforma do sistema financeiro internacional, como obter mais capital para infra-estruturas e o fortalecimento da fiscalidade internacional, entre outros, detalhou o governante.

Impulsionar crescimento inclusivo

Por sua vez, o governador do Banco da Reserva da África do Sul (SARB), Lesetja Kganyago, afirmou que é “crucial (…) preservar a estabilidade macroeconómica e, ao mesmo tempo, impulsionar o crescimento inclusivo e sustentável”.

No encontro, estão presentes nas reuniões Pablo Quirno e Santiago Bausili, secretário das Finanças e governador do Banco Central da Argentina, respectivamente, Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério das Finanças do Brasil, e Paulo Pichetti, director de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central do Brasil.

Também estarão presentes delegações de países como França, Alemanha, Canadá, Austrália, China, Egipto, Índia, Japão, Rússia e Espanha, entre outros, bem como da União Africana (UA) e da Comissão da União Europeia (UE).

Tal como aconteceu na primeira reunião de Finanças do grupo em Fevereiro deste ano, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos da América (EUA), Scott Bessent, não vai estar presente e os EUA serão representados por Michael Kaplan, subsecretário interino do Tesouro para Assuntos Internacionais. A terceira reunião de Finanças do grupo sob a presidência sul-africana realiza-se num contexto marcado pela guerra comercial lançada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, e por desafios como o financiamento para o desenvolvimento ou a dívida externa.

O grupo é composto por 19 países (Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e EUA) e duas organizações regionais: a União Europeia e a União Africana.

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