
Angola defende liberalização do sector aéreo em África para acelerar colectividade
O Governo de Angola lamentou ontem, terça-feira, dia 22, que a conectividade aérea dentro de África continue limitada, com poucas rotas directas e elevados custos operacionais. Esta situação, de acordo com o Executivo, afecta negativamente o fluxo de turistas e a criação de empregos no continente, refere a agência Lusa.
Durante a abertura da 2.ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (ONU Turismo) e da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), realizada em Luanda, o secretário de Estado da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, apelou a políticas integradas para liberalizar o espaço aéreo africano.
“Mais do que nunca, torna-se essencial reforçar o papel do transporte aéreo como facilitador da mobilidade, do comércio, da integração regional e, principalmente, como instrumento de coesão e crescimento económico sustentável”, afirmou.
O governante destacou que África possui “um dos maiores potenciais turísticos do mundo”, com grande diversidade cultural, património único e uma juventude empreendedora. No entanto, frisou que menos de 5% do tráfego aéreo mundial ocorre em África, apesar de o continente representar 16% da população global.
Rui Carreira sublinhou que o turismo intra-africano continua a enfrentar inúmeras barreiras operacionais, regulamentares e logísticas, tendo acrescentado ainda que a instabilidade política em alguns países representa um obstáculo adicional à mobilidade e ao desenvolvimento do sector.
“É precisamente diante deste contexto que o transporte aéreo precisa de ser visto não como um custo, mas como um investimento estratégico para os Estados africanos”, defendeu. Neste sentido, apelou à implementação do Mercado Único Africano de Transporte Aéreo e da Decisão de Yamoussoukro (Costa do Marfim) um compromisso assumido por vários países africanos em 1999 para liberalizar o acesso aos mercados aéreos e promover a concorrência entre companhias do continente.
O secretário de Estado da Aviação Civil, Marítima e Portos sublinhou também a necessidade de reforçar as infra-estruturas aeroportuárias, garantir a eficiência e a sustentabilidade ambiental, digitalizar os serviços e investir na formação de quadros técnicos. Por fim, defendeu o incentivo às parcerias público-privadas, lembrando que “o turismo e o transporte aéreo não são sectores isolados.”