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ZIG é a nova moeda do Zimbabwe

Com uma inflacção a rondar oficialmente os 55% depois de ter atingido três dígitos no ano passado, o governador do banco central do Zimbabwe, John Mushayavanhu, anunciou nesta sexta-feira, dia 5, a substituição do dólar do Zimbabwe pelo “ZiG” Zimbabwe Gold (Ouro do Zimbabwe)”, uma medida que visa favorecer a “simplicidade, a confiança e a previsibilidade” financeira do país segundo este responsável.

Em 2008, a inflação galopante destruiu a poupança e colapsou a economia do Zimbabwe ao ponto que os preços dos bens de consumo mudavam várias vezes por dia. A situação chegou ao cúmulo de o país adoptar, durante um curto período, o dólar americano como moeda oficial, antes de regressar rapidamente, em 2019, ao dólar zimbabweano, sem, contudo, restabelecer a confiança.

No ano passado, a moeda local perdeu praticamente 100% do seu valor em relação ao dólar americano. Daí que os preços dos bens e serviços continuam a ser fixados em dólares americanos, sendo que a maioria da população prefere igualmente ser paga nessa moeda.

A chegada da nova moeda não restitui automaticamente o optimismo. Apesar de o Zimbabwe ter em mãos importantes reservas de ouro e outros metais preciosos, de acordo com o RFI, especialistas duvidam que sejam suficientes para sustentar a nova moeda em caso de volatilidade do preço do ouro.

No passado mês de Fevereiro, ao cabo de uma missão de duas semanas no país, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que este país, cuja maioria dos 16 milhões de habitantes vive na pobreza, iria conhecer uma desaceleração do seu crescimento económico da ordem dos 3,25% em 2024.

O FMI explicou esta previsão pela volatilidade dos preços das matérias-primas e também pelas alterações climáticas que têm impacto na produção agrícola.

Na passada quarta-feira, o Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, declarou que o país estava em estado de “catástrofe nacional”, devido à seca, para que os recursos excepcionais necessários fossem desbloqueados para acudir a cerca de 2,7 milhões de zimbabweanos particularmente fragilizados, no sentido de não enfrentarem situações de insegurança alimentar.

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