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Tempestade “Filipo” ameaça mais de meio milhão de pessoas em Moçambique

“Estima-se que cerca de 525.000 pessoas, 856 escolas e 145 unidades sanitárias possam ser afectadas [pela tempestade]”, afirmou Paulo Tomás, porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM) e a Direção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (DNGRH), ontem, segunda-feira, dia 11, em Maputo.

A tempestade tropical severa, designada “Filipo”, deverá atingir as províncias de Sofala, no centro de Moçambique, Inhambane, Gaza e Maputo, no sul do país, a partir de hoje, terça-feira, 12, e até ao dia 13, com ventos na ordem de 90 a 120 quilómetros/hora.

“Ao entrar no continente vai reduzir essa intensidade e vai passar para uma depressão tropical, dando muita chuva para as regiões indicadas”, referiu Manuel Francisco, do INAM de Moçambique, acrescentando que a tempestade vai atingir com maior intensidade o sul do país.

Inundações e cheias urbanas

As autoridades moçambicanas alertaram ainda para a ocorrência de inundações e cheias urbanas que poderão condicionar a transitabilidade rodoviária, principalmente no interior das províncias de Gaza e Inhambane, sul do país.

“Também há probabilidade maior de inundação de alguns campos agrícolas, sobretudo no baixo Incomáti e Limpopo e, por isso, queremos chamar atenção para os agricultores retirarem as suas máquinas das margens dos rios”, disse Agostinho Vilanculos, chefe do departamento de bacias hidrográficas na DNGRH.

O INGD, INAM e DNGRH apelaram para a tomada de medidas de precaução face ao mau tempo, referindo que já foram posicionados meios e equipas de busca e resgate, ‘kits’ de emergência, além de terem sido identificados e preparados locais seguros para o alojamento provisório das vítimas.

Refira-se que pelo menos 115 pessoas morreram e outras 55.494 foram afectadas pelo mau tempo em Moçambique desde o início da época chuvosa e ciclónica 2023/2024, em Outubro.

O país é considerado um dos mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.

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