São necessários 2,6 mil milhões de dólares para a ajuda de emergência à RDC
Desde terça-feira, dia 20, que se registam novos confrontos entre as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), apoiados pelas forças ruandesas, na aldeia de Ndumba, na estrada entre Sake e Minova, no território de Masisi. Com estas investidas, o exército da RDC está a tentar recuperar o controlo da cidade de Shasha, actualmente em poder dos rebeldes do M23.
Estes confrontos estão a provocar novas deslocações de pessoas, agravando uma situação humanitária já muito precária.
Entretanto, em Kinshasa, a capital da RDC, a ONU e o Governo apresentaram um plano de resposta humanitária para 2024 na RDC. Na sequência disto lançaram conjuntamente um pedido para que sejam reunidos 2,6 mil milhões de dólares para financiar o referido plano.
Cerca de 25,4 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar
Estes fundos destinam-se a prestar assistência vital e serviços de proteção a 8,7 milhões de pessoas cuja sobrevivência depende em grande medida da ajuda de emergência.
No entanto, este objetivo está longe de cobrir todas as necessidades. De acordo com as Nações Unidas, em 2024, cerca de 25,4 milhões de pessoas estarão em situação de insegurança alimentar na RDC, enquanto a subnutrição aguda afecta 8,4 milhões de pessoas, principalmente crianças com menos de cinco anos, mulheres grávidas e lactantes. A situação das crianças é particularmente preocupante, com mais de um milhão privadas de educação em consequência do conflito armado.
Embora a atenção internacional seja frequentemente atraída para outras crises, nomeadamente na Palestina e na Ucrânia, Modeste Mutinga Mutushayi, Ministro dos Assuntos Sociais e da Acção Humanitária, sublinhou a tragédia vivida por milhões de congoleses. O Ministro salientou que a RDC, com o seu potencial ambiental, mineiro e turístico único, poderia dar um enorme contributo ao mundo se regressasse à paz.
Este grito de angústia é também motivado pelas desilusões do ano passado: em 2023, apenas 40% do apelo foi financiado, deixando muitas pessoas vulneráveis sem a ajuda de que necessitavam.