Salineiras da Baía Farta têm 220 mil toneladas à procura de mercado
O município da Baía Farta, província de Benguela, tem, actualmente, mais de 220 mil toneladas de sal em stock à procura de mercado, informou o director Municipal da Agricultura, Pecuária e Pesca local.
Pedro Kandangongo, que prestou a informação ao Jornal de Angola, à margem do lançamento do processo de compra dos primeiros resultados da primeira produção de milho inserido no programa “Carrinho Agri”, que abrange 521 camponeses na comuna do Dombe Grande, disse que, anualmente, o município da Baía Farta produz mais de 50 mil toneladas de sal.
O director Municipal da Agricultura, Pecuária e Pesca da Baía Farta informou que a indústria salineira controla quatro unidades de produção de sal, com destaque para a Makaka, Chamume, Calombolo e o Alexandre House, além de outras unidades que estão em fase de surgimento.
O responsável disse que para ajudar a escoar o sal que existe em stock no município da Baía Farta, o sector tem estado a realizar, junto de diversos parceiros do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos a identificação de mercado.
“Já temos o nosso sal na Zâmbia e Congo, (neste último país em maior escala) e o objectivo é intensificar a comercialização”, disse, esclarecendo que o stock elevado de sal surgiu devido o “divórcio” da indústria pesqueira e salineira.
Antigamente, lembrou, o sal produzido na Baía Farta era, também, consumido pelas pescas para escalar o peixe.
Actualmente, frisou, vê-se o sal para o consumo humano nos mercados e praças. “As indústrias pesqueiras só congelam e já não escalam. Dai, tratamos que é divórcio”, esclareceu, salientando que o cenário vai ser alterado porque já há indicadores de que as indústrias vão começar a fazer a escala de peixe localmente.
Enalteceu o contributo das empresas salineiras da Baía Farta, em Benguela, na criação de postos de emprego aos jovens locais, tendo atingido mais de 22 mil postos de trabalho.
“Não só os do município da Baía Farta, há cidadãos de outras províncias que ganharam emprego, designadamente Huíla, Bié, Huambo”, indicou, depois de frisar que existe uma área referida como cidade de sal “Chamume”, onde a funcionalidade de cada unidade e subunidades de produção são permanentes.
“As prospecções são constantes e o surgimento de terrenos e novos jazigos é um facto”, garantiu.
Com a abertura dos Caminhos-de-Ferro de Benguela muitos produtores de sal têm os seus armazéns para poderem escoar o produto a nível nacional e internacional.