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Representantes ambientais dos PALOP’s mostram preocupações na COP 28 que hoje começa

Arranca hoje, quinta-feira, dia 30, com a presença de representantes de todo o mundo, a 28.º Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), no Dubai, Emirados Árabes Unidos (EAU).

Do evento, esperam-se soluções reais para a luta contra as alterações climáticas. Nos últimos anos, o continente africano tem sido um dos mais afectados pelos efeitos do aquecimento global.

Rafael Lucas, presidente da associação angolana Minuto Verde, em declarações à Lusa disse que “é urgente implementar políticas sustentáveis, como a promoção de energias renováveis, como painéis solares e é vital para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.” Angola enfrenta desafios ambientais significativos como o desmatamento, a perda de biodiversidade e pressões sobre os recursos hídricos. É imperativo adoptar medidas abrangentes para abordar essas questões.”

Nesta COP, Rafael Lucas espera que Angola “participe activamente nas discussões sobre a mitigação das mudanças climáticas e adaptação às suas consequências, além disso é necessário criar mecanismos para busca de financiamento internacional para os projectos ambientais e colaboração com outras nações africanas.”

Januário Nascimento, presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento, diz que Cabo Verde deverá apresentar na conferência “uma agenda muito rica”, com temas como “a mobilização da água, a questão da transição energética e a questão também da protecção das zonas marinhas e costeiras”.

Em Cabo Verde, as associações ambientais alertam para a seca. Dizem que é urgente “aprender a viver com as alterações climáticas”. E, na conferência no Dubai, avisam que é necessário estar atento a promessas vazias:

“Nas diferentes COP tem havido várias promessas, fala-se de 100 milhões de dólares desde 2015, mas esses milhões não chegam a Cabo Verde e torna-se necessário, a nível mundial, ter muita atenção a muitas promessas que não são cumpridas”.

Os representantes das associações ambientais cabo-verdianas lamentam que não tenha havido um diálogo com o Governo, antes da COP28, explica Paulo Ferreira, presidente da Quercus Cabo Verde.

“A delegação que vai, não falou connosco e penso que nem com as outras associações sobre esta COP28. Portanto, Cabo Verde vai levar algumas das reivindicações que já têm sido feitas noutras COP”, critica.

Também em Moçambique, considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, as associações queixam-se de promessas vazias. A associação Justiça Ambiental diz que a COP é um lugar “onde os governos e as empresas de combustíveis fósseis se juntam para fingir que estão a fazer algo para lidar com a crise climática”.

Associações e activistas ambientais, em todo o mundo, têm protestado sobre a urgência de responder à crise climática. Apelam a que esta COP28 “não seja só mais uma cimeira”.

Na COP28 participam milhares de pessoas, entre representantes de governos, organizações da sociedade civil e empresas. A cimeira termina a 12 de Dezembro.

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