
Relação entre Cabo Verde e Angola elevada de bilateral para estratégica
Três acordos assinado nos últimos seis anos dinamizaram alguns processos, segundo o embaixador cabo-verdiano em Angola, Jorge Eduardo Aubyn de Figueiredo, que está em fim de mandato.
O embaixador cessante de Cabo Verde em Angola, Jorge Eduardo Aubyn de Figueiredo, caracterizou nesta Terça-feira, 28, em Luanda, como “excelentes” as relações entre os dois países.
Em fim de missão, o diplomata foi recebido em audiência pela vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, partido que governa o país. A saída do encontro, Jorge Figueiredo disse que ao longo da sua missão de seis anos, as relações entre os dois países passaram de bilaterais para estratégicas.
Neste período, referiu, forma assinados “três importantes acordos”, nomeadamente, nos transportes – com a ligação Cabo Verde Angola, via área e marítimo –, facilitação das relações empresarias e outro de atracção do investimento externos e trocas comerciais.
Importa referir que Angola concedeu a Cabo Verde 7.500 hectares na província do Cuanza-Sul, concretamente no município da Quibala, para a produção de cereais, de modo a contribuir para a segurança alimentar daquele arquipélago.
Entretanto, o projecto não andou. De acordo o embaixador cabo-verdiano, as limitações impostas pela Covid-19 impediram o seu desenvolvimento.
“Tão logo regresse a Cabo Verde, exerceria influência para a concretização do mesmo”, prometeu o diplomata.
Aos empresários angolanos, Jorge Eduardo de Figueiredo, lembrou que Cabo verde tem um potencial turismo que representa cerca de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país e que pode ser aproveitado para se investir.
O diplomata, médico de profissão, que deixa Angola no próximo dia 13 de Março para passar a reforma, já sabe o que vai fazer no resto da vida: dedicar-me ao negócio farmacêutico.
No entanto, perspectiva estar a regressar à Angola na condição de turista. “Por isso, considerou não ser um adeus. Foi uma missão de estafeta bem cumprida, mas volto para visitar amigos e fazer turismo”, disse.
Laços com Angola não são partidários
Questionado sobre a relação entre o MPLA e o partido governante no seu país, afirmou que a visão de Cabo Verde não é olhar para uma relação governativa baseada em partidos.
“A relação entre Cabo Verde e Angola não se estabelece através de partidos políticos, independente do partido que esteja no poder, em Angola ou em Cabo verde. As relações são profundas e não podem ser afectadas por relações políticas”, disse, acrescentado que, “os interesses dos dois povos [angolano e cabo-verdiano] e de desenvolvimento mútuo.”
Cabo Verde tem 32 anos experiências de eleições autárquicas. Neste capítulo, o embaixador manifestou a abertura do seu país para ajudar Angola “naquilo que precisar, seja na área da formação autarca ou das finanças”. Actualmente, a comunidade cabo-verdiana em Angola é estimada em 100 mil pessoas, distribuídas pelas diferentes províncias.