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Presidente de Moçambique apela à diplomacia com vista à paz na RDC

“Aproveitamos a ocasião para, mais uma vez, como Moçambique, defender a solução diplomática para que haja paz e, sobretudo, a estabilidade naquela região”, disse Daniel Chapo no fim de uma cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em inglês), para debater a situação de segurança na RDC.

Em declarações à comunicação social no fim da cimeira, Chapo elogiou os “esforços” do Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, e o envolvimento da SADC, na pessoa do seu actual presidente, João Lourenço, para assegurar a paz e estabilidade naquele país.

O chefe de Estado moçambicano prometeu ainda continuar com esforços “bilaterais e multilaterais” ao nível da região austral com o objectivo de procurar soluções “o mais rápido possível” para aquele país do centro de África.

“Nós, como Moçambique, vamos continuar a defender a necessidade, sobretudo, dos esforços que estão sendo levados a cabo por Ruanda e Nairobi [Quénia], para o restabelecimento da segurança, da paz e da estabilidade na região leste da RDC”, acrescentou.

Antes, no dia 1 de Fevereiro, Daniel Chapo tinha prometido, “apoiar os esforços” da SADC para a pacificação na RDC, após a cidade de Goma, capital da província do Kivu Norte situada no norte daquele país, ter sido tomada pelo Movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda, em 27 de Janeiro, após vários dias de intensos combates.

Na altura, afirmou que Moçambique – que recebe apoio do Ruanda no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado (norte do país) -, não vai juntar as suas tropas à missão da SADC que combate na RDC, indicando que a mesma continuará sendo integrada por tropas da África do Sul, da Tanzânia e do Malawi.

Região muito rica em minerais

Recorde-se que o M23, apoiado pelo Ruanda – segundo a ONU e países como os EUA, a Alemanha e a França – tomou Bukavu, a capital estratégica do Kivu Sul, vizinha do Kivu Norte, cuja capital, Goma, também ocupou a 27 de Janeiro, no fim de semana de 15 e 16 de Fevereiro.

O grupo controla as capitais destas duas províncias, que fazem fronteira com o Ruanda e são ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

O número de mortes causadas pelo conflito em Goma e arredores ultrapassou as 8.500 desde Janeiro, declarou o ministro congolês da Saúde Pública, Samuel Roger Kamba, a 27 de Fevereiro.

Recorde-se que a actividade armada do M23 – um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994 – recomeçou em Novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército congolês no Kivu do Norte. Desde então, tem avançado em várias frentes, fazendo temer uma possível guerra regional.

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