Presidente da COP27 quer mais comprometimento dos países desenvolvidos com as alterações climáticas
O presidente da COP27, Sameh Shoukry, apelou, quinta-feira, no Dubai, aos países membros a realizarem um balanço global da “triste realidade” da poluição ambiental, de forma a encontrar soluções conjuntas para a mitigação urgente dos efeitos nefastos das alterações climáticas.
O também ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto pediu, igualmente, aos Estados mais comprometimento o respeito dos acordos assinados nas COP anteriores, para que o combate às alterações climáticas possa ter sucesso, principalmente nos países menos poluidores.
O presidente da COP27 fez estas declarações na abertura da 28ª Cimeira sobre as Alterações Climáticas (COP28), que decorre no Dubai, Emirados Árabes Unidos, desde ontem até ao dia 12 deste mês.
Sameh Shoukry afirmou que os acordos para combater as alterações climáticas não estão a ser respeitados como se previa, porque os países mais poluidores pouco estão a contribuir com 100 biliões de dólares acordados na Cimeira de Paris, realizada em 2015.
Neste encontro, acordou-se que os países mais desenvolvidos deveriam doar 100 biliões de dólares para ajudar os Estados menos poluidores a criarem programas eficazes que contribuam significativamente na mitigação dos efeitos devastadores das alterações climáticas.
Na Cimeira de Paris, os países participantes comprometeram-se a limitar o aumento da temperatura média global a dois graus celsius (2ºC) acima dos valores da época pré-industrial e de preferência não ultrapassar 1,5ºC, facto que, até agora, não tem sido respeitado.
Depois de Sameh Shoukry, interveio o presidente designado da COP28, o sultão Ahmed Al Jaber, que deu as boas-vindas aos mais de 70 mil participantes, entre representantes de Governos, empresas e organizações da sociedade civil.
Na sala de conferências, Angola fez-se representar com cinco altas entidades governamentais, nomeadamente os ministros do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, na qualidade de chefe da delegação, dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, da Energia e Águas, João Baptista Borges, além dos embaixadores no Quénia, Sianga Abílio, e nos Emirados Árabes Unidos, Júlio Maiato.
Nesta Cimeira, Angola vai assinar a iniciativa do uso do gás metano para reduzir em 30 por cento a emissão do efeito estufa até 2030.
A delegação de Angola vai também apresentar ideias de como tornar o mundo mais verde com práticas agrícolas que sejam mais amigas do ambiente, transição energética, de fontes térmicas para renováveis.
Ainda ontem, o evento foi dedicado a reuniões entre delegações ministeriais. Hoje e amanhã, está reservada a Cúpula dos Chefes de Estado e de Governos. Angola participará ao mais alto nível com o Presidente da República, João Lourenço.
Nos próximos dez dias, serão feitas as discussões dos temas agendados e depois os países terão momentos para negociarem as formas de financiamento para darem avanço às acções voltadas para a melhoria da qualidade do ambiente.
A COP é a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se realiza desde 1995. A primeira teve lugar em Berlim. Desde então, têm sido organizadas em diferentes cidades da Europa, América, África e Ásia.
A iniciativa global coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) é dedicada à quantificação e gestão de emissões de metano, principalmente, na indústria petrolífera, com foco na mitigação das mudanças climáticas.