Portugal disponível para “estreitar relacionamento com Gabão” na CPLP
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal mostrou-se, nesta segunda-feira, disponível para “estreitar o relacionamento” com o Gabão no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o primeiro passo que permite obter o estatuto de país observador.
João Gomes Cravinho, falava aos jornalistas à margem da 16.ª Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP reunião realizada em Luanda, comentando a pretensão do Gabão aderir à comunidade.
O ministro português deu conta que, apesar do Gabão não constar ainda do grupo de mais de 30 países associados com estatuto de observadores, a comunidade está interessada em estreitar o relacionamento.
“Gabão ainda não é um deles (do grupo de países observadores), portanto, o natural é que se dê esse passo e estaremos sempre disponíveis para um diálogo com o Gabão que é um país geograficamente muito próximo de São Tomé e também não está longe de Angola”, argumentou.
“Estamos sempre interessados em estreitar o relacionamento com o Gabão e o primeiro passo é o estatuto de países associado a observador”, reforçou João Gomes Cravinho, que chefiou a delegação portuguesa ao encontro.
O ministro saudou também o espírito de entendimento na reunião e assinalou a importância da “consolidação” do pilar económico, referindo que o encontro decorreu em ambiente fraterno e de abertura em todas as áreas.
“Correu (a reunião) num tom muito amigo, fraterno, em que todas as diferentes matérias foram tratadas com a abertura e com a procura de consenso que caracterizam a CPLP e que foi possível chegar um entendimento a todas as áreas através da boa-fé e do espírito que caracteriza da CPLP”, disse o governante português.
Os ministros das Relações Exteriores e Negócios Estrangeiros da CPLP aprovaram, neste encontro, as resoluções sobre a revisão dos estatutos da organização e sobre a alteração do regulamento dos observadores associados.
A resolução sobre a criação da direcção de assuntos económicos e empresariais no secretariado executivo da CPLP também foi aprovada nesta reunião.
Segundo João Gomes Cravinho, a alteração dos estatutos da CPLP surge pelo facto do vigente ter “perdido a actualidade, ao longo do tempo”, referindo que foram acrescentadas novas áreas de trabalho à CPLP.
A presidência angolana, “por exemplo, foi muito importante para a consolidação de um quarto pilar da CPLP que o pilar da cooperação económica, isso tem de ser reflectido nos estatutos”, notou.
“E ao longo da manhã foi possível debater também a temática dos mares e também partilhar aquilo que são as principais dinâmicas e desafios de cada um dos nossos países na nossa realidade nacional e realidade regional que divergem, naturalmente, estamos em 4 continentes e esta partilha é uma forma de enriquecer o nosso conhecimento mútuo”, realçou.