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O país com a maior taxa de mortes por malária do mundo aprovou a vacina de Oxford

A Nigéria acaba de aprovar, embora provisoriamente, a vacina contra a malária R21/Matrix-M, desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, menos de uma semana depois de o Gana se ter tornado o primeiro país a aprovar a vacina.

O Director-geral da Agência Nacional para a Administração e Controlo de Alimentos e Medicamentos (NAFDAC), Mojisola Adeyeye, referiu que a instituição “está a conceder a aprovação do registo da vacina contra a malária R21”. Tal como o Gana, disse Adeyeye, a vacina “está indicada para a prevenção da malária clínica em crianças dos cinco aos 36 meses de idade. A temperatura de armazenamento da vacina é de 2-8 °C.”

A aprovação será submetida a testes adequados de imunização sob a tutela do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários. “Foi recomendada uma aprovação provisória da vacina contra a malária R21 e isto deve ser feito de acordo com as directrizes de implementação da vacina contra a malária da OMS”, informou o NAFDAC.

Uma eficácia de 77%

Apesar da aprovação, Adeyeye explicou que ainda há necessidade de mais ensaios clínicos da Fase 4 da vacina na Nigéria. A vacina demonstrou níveis de eficácia de 77%, excedendo o patamar de 75% previsto pela OMS. Os resultados de um ensaio clínico da vacina da fase 3 em curso, envolvendo 4.800 crianças no Burkina Faso, Quénia, Mali e Tanzânia, ainda não foram publicados.

No entanto, os dados da Fase 2, publicados em Setembro último, mostraram resultados promissores. “Estamos muito satisfeitos por descobrir que um regime padrão de imunização em quatro doses pode agora, pela primeira vez, atingir o elevado nível de eficácia durante dois anos, um alvo ambicionado para as vacinas contra a malária durante tantos anos”, referiu Adrian Hill, director do Instituto Jenner da Universidade de Oxford, onde a vacina foi desenvolvida, discutindo os resultados em Setembro.

A Nigéria, o país mais populoso de África, é também o mais afectado pela malária, sendo responsável por 32% das mortes globais, de acordo com o relatório OMS de 2021. O país regista, anualmente, 95.000 mortes por malária em crianças menores de cinco anos, em grande parte devido ao elevado custo do tratamento da doença. Estima-se que a doença custe à economia da Nigéria, a maior da África, 1,1 mil milhões de dólares por ano.

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