
Norte-americana derrota Vitorino na primeira ronda para a liderança da OIM
A norte-americana Amy Pope, subdiretora-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM) – a número dois da instituição – derrotou na eleição desta segunda-feira, dia 15, o actual director-geral, o português António Vitorino, eleito em 2018. Pope recolheu 98 votos contra 67 de Vitorino. Para já, ainda se está a decidir se haverá uma segunda volta. O vencedor precisa de dois terços dos votos e a eleição pode ter quatro rondas. Nas últimas semanas, houve forte pressão de ambos os candidatos e, até hoje de manhã, esperavam-se várias rondas para que um dos candidatos conseguisse a maioria de dois terços exigida.
Pela primeira vez estão na corrida dois candidatos da “casa”, ambos ocidentais e de dois países amigos e aliados, Portugal e EUA, o que resultou numa campanha feita com pinças por parte da diplomacia e do Governo portugueses.
Pope esteve desde Março em regime de licença sem vencimento na OIM de modo a concentrar-se na campanha. É a candidata oficial do Governo norte-americano e tem o apoio pessoal do Presidente Joe Biden. A sua conta no Twitter tem muitas fotografias suas com Biden, Antony Blinken, Secretário de Estado norte-americano, e em diferentes países. Na sua campanha, Pope criticou Vitorino nas ideias e estilo, e até sugeriu que é demasiado velho para o cargo. Vitorino tem 66 anos e Pope 49. Disse que é preciso “mais inovação” e “mais energia”.
Com 31 votos de diferença, não é certo se Vitorino avança para uma segunda ronda ou se anuncia a derrota, retirando-se. A decisão está a ser discutida e será tomada em Genebra. Mesmo que Vitorino decida sair já, terá de haver uma segunda ronda eleitoral, para cumprir a regra dos dois terços. A OIM tem 175 países e o voto é secreto.