
Morreu Alice Mabota, mãe dos Direitos Humanos de Moçambique
A advogada e activista moçambicana social e dos direitos humanos, Alice Mabota, morreu vítima de doença, na África do Sul, onde se encontrava internada a receber tratamentos.
Recentemente, a malograda, de 74 anos, tinha sido assistida por médicos em Portugal. Uma angariação de fundos foi igualmente realizada em Moçambique para ajudar nas despesas de tratamento na África do Sul.
O director do Centro para Democracia, Desenvolvimento e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, que participou na angariação de fundos para tratamento de Alice Mabota, reagiu com pesar à morte da activista, na sua página do Facebook, classificando-a como “defensora do povo”.
Alice Mabota ganhou notoriedade como Presidente da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, organização que fundou em 1995. Desde então, foi uma das vozes mais populares da sociedade civil moçambicana, especialmente na década de 2010, criticando a crescente polarização da política moçambicana entre a FRELIMO e a RENAMO. A Liga dos Direitos Humanos, em conjunto com outras organizações da sociedade civil moçambicana, organizou inúmeras marchas de protesto pela paz, igualdade e contra a corrupção na capital moçambicana. No decurso disso, recebeu numerosas ameaças de morte e insultos públicos.
Em 2010, Mabota recebeu o prémio International Women of Courage, patrocinado pelo governo dos Estados Unidos. Em 2014, considerou temporariamente a candidatura às eleições presidenciais, mas acabou por desistir.