MINSA prepara abate de mais de 70 ambulâncias abandonadas há quase 10 anos
Após vários anos sem solução, o Ministério da Saúde vai abater as mais de 70 ambulâncias do INEMA que se encontram avariadas e abandonadas há cerca de 10 anos. Medida, dependente da anuência do Ministério das Finanças, deve-se aos altos custos das viaturas que já ultrapassaram o tempo útil de vida.
Com uma média de 100 solicitações por dia, INEMA tem apenas 160 ambulâncias operacionais para todo o País e pode ver bens como medicamentos ou alimentação serem cortados por fornecedores devido a kilápis.
Ministério da Saúde (MINSA) prevê, ainda este ano, proceder ao abate das mais de 70 ambulâncias de suporte vital básico do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA) avariadas e abandonadas há quase 10 anos, soube o Novo Jornal, junto de fonte ligada ao processo. De acordo com a fonte, a decisão de se desfazer das viaturas deve-se à incapacidade do MINSA em recuperá-las, tendo em conta os altos custos. “As ambulâncias já não vão à recuperação.
É muito oneroso tentar recuperá-las”, diz a fonte, que admite haver já um levantamento sobre quanto seria necessário para a recuperação dos meios, mas tal plano não será accionado porque as viaturas, por já terem ultrapassado seu tempo de vida útil, “continuariam a apresentar problemas”. A solução, portanto, passará pelo abate dos carros, num processo cujos moldes ainda estão por se definir, porquanto, segundo a fonte, espera-se pela anuência do Ministério das Finanças.
As viaturas do modelo Iveco Daily foram adquiridas em 2005 pelo MINSA. O abandono dos meios veio à tona em Agosto de 2019, quando se soube que, por exemplo, 33 meios estavam no Centro de Reabilitação Polivalente de Viana e o resto num terreno vedado junto ao Cemitério do Benfica, tendo sido todas elas posteriormente transferidas para o quintal do INEMA, no Morro Bento, com a promessa de recuperação.
Quatro anos depois, entretanto, as viaturas continuam lá “enterradas” e sem uma solução à vista. Sobre o assunto, em 2020, o então director do INEMA, Mário Fernandes, em declarações a este semanário, adiantou que a instituição precisava de cerca de 90 milhões de kwanzas para recuperar, pelo menos, 30 das 71 ambulâncias.
Na altura, Mário Fernandes assegurou que cinco meios já tinham sido reparados, estando outras 14 com previsão de entrarem na oficina e serem posteriormente usadas pelo MINSA para apoiar as acções de combate à Covid-19.