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Ministra do Ensino Superior defende transformação urgente nos sistemas de ensino africanos

Para a ministra do Ensino Superior, embora os países africanos tenham alcançado alguns avanços depois da conquista das suas Independências, verificou-se uma deterioração na qualidade de ensino.

A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, defendeu que sejam realizadas reformas urgentes nos sistemas de educação dos países africanos e a necessidade de introduzir nos currículos educativos a temática da paz. Falando à margem da terceira edição do Fórum Pan-Africano para Cultura de Paz e Não- Violência (Bienal de Luanda), que a capital angolana acolheu durante três dias, Maria do Rosário Bragança reconheceu as debilidades dos sistemas de ensino africanos e as dificuldades que os Estados têm em melhorar os orçamentos para a educação, sobretudo no que diz respeito ao investimento nos professores.

Para a governante, tal investimento é fundamental por estes constituírem a força motriz essencial no processo de desenvolvimento da educação. “É claro que a educação transforma as Nações e os indivíduos através do seu empoderamento, mas para que esse processo decorra é preciso que a própria educação seja transformada.

Essa transformação tem carácter urgente”, frisou. A governante angolana contou que faz tempo que os ministros africanos do sector reconheceram essa necessidade. Ao debruçar-se sobre o Processo dos Sistemas Educativos, Práticas Inovadoras de Financiamento no Contexto Africano, explicou que para uma educação voltada para a paz seria necessário introduzir no currículo dos sistemas educativos a temática da paz. Sublinhou que o currículo para uma cultura de paz teria como objectivo empoderar os alunos, desde o início até ao fim da sua formação, a fim de conseguirem viver por uma cultura de paz, passar mensagens que os ajudem a ter comportamentos, que não só propiciem do estabelecimento da paz, mas que consigam, sobretudo, construir a paz.

“O que pode dificultar esse desafio no nosso continente é a grande explosão demográfica, a grande pressão que temos pela juventude e a necessidade desta juventude estar devidamente empoderada para que possa contribuir para o processo de paz”, detalhou. A terceira edição da Bienal de Luanda decorreu de 22 a 24 de Novembro, sob o lema “ Educação, Cultura de Paz e Cidadania Africana como Ferramentas para o Desenvolvimento Sustentável”, e foi organizado pela União Africana, UNESCO e o Governo de Angola. Os participantes ao evento, que reuniu actuais e antigos Chefes de Estado de vários países africanos, entre outras entidades nacionais e internacionais, saudaram o Presidente angolano, João Lourenço, pela realização da Bienal de Luan- da, encorajando-o em continuar a trabalhar para a manutenção da mesma.

O evento serviu de espaço de reflexão, escuta e troca de ideias entre jovens, Chefes de Estado e de Governo, líderes empresariais e outros decisores políticos e partes interessadas sobre questões que dizem respeito à juventude, como alcançar o dividendo demográfico e concretizar a Agenda 2063 e os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável. Do evento ficaram recomendações como as de implementar acções que assegurem a participação activa dos jovens em processos decisórios, para garantir que suas vozes sejam não apenas ou- vidas, mas também integradas nas políticas e estratégias públicas e privadas.

Os Governos foram também apelados a avaliarem a possibilidade de se proceder à revisão dos sistemas educativos, priorizando a formação e capacitação dos jovens, de forma a compreenderem melhor os processos políticos e a desempenharem papéis mais significativos na sociedade, e reverem as suas políticas de inclusão das mulheres e raparigas nos diversos sectores da vida.

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