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Manuel Augusto na consagração de Pedro Nuno Santos como líder

O secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, assistiu domingo, em Lisboa, na qualidade de convidado, ao encerramento do 24º Congresso do Partido Socialista.

O facto de ambos os partidos pertenceram à Internacional Socialista e de estarem à frente da governação de Angola e Portugal deu um cariz especial ao convite endereçado ao MPLA e permitiu a Manuel Augusto conhecer de perto aqueles que, a partir de agora, tentarão nas eleições de 10 de Março merecer a confiança dos portugueses de modo a formar um novo governo.

Na ocasião, Manuel Augusto aproveitou a oportunidade para manter uma série de contactos tendentes a reforçar as relações entre os dois maiores partidos de Angola e Portugal e de, ao mesmo tempo, reafirmar a solidariedade do MPLA para com o Partido Socialista, de modo a reforçar as relações de cooperação entre os dois países.

O 24.º Congresso do Partido Socialista (PS) foi marcado pela unidade em torno do novo líder, Pedro Nuno Santos, com apelos à mobilização do partido para “ir à luta” nas legislativas e críticas ao Presidente da República e à Justiça.

O novo secretário-geral manteve-se à margem das críticas à actuação do Ministério Público e à interrupção da legislatura com maioria absoluta do PS, com um discurso focado nos problemas por resolver, ressalvando que espera ter uma boa relação institucional com Marcelo Rebelo de Sousa.

Na sua primeira intervenção, no sábado, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Pedro Nuno Santos declarou que “só erra quem faz” e acusou o Partido Social Democrata, principal partido na oposição, liderado por Luís Montenegro, de “vazio de projectos”.

No encerramento do Congresso, assegurou que, se formar governo, seguirá “um rumo disciplinado, sem surpresas e sem rupturas”, mas com decisão, assumindo como prioridade um programa de apoios selectivos para a transformação da economia.

O secretário-geral do PS prometeu uma reforma das fontes de financiamento do sistema de segurança social, o aumento progressivo do salário mínimo para que atinja pelo menos 1.000 euros em 2028, definir com o Instituto Nacional de Estatística (INE) um novo indexante de actualização das rendas que tenha em consideração a evolução dos salários, valorizar a carreira médica e aumentar os salários de entrada na carreira docente.

O mote para a campanha eleitoral foi dado pelo Primeiro-Ministro e anterior secretário-geral dos socialistas, na abertura do Congresso, na sexta-feira. “Só o PS fará melhor do que o PS”. Na sua intervenção de despedida, António Costa lançou também o tom a fim de o partido se mobilizar para as eleições de 10 de Março. “Podem-me ter derrubado, mas não me derrotaram. Podem ter derrotado o nosso Governo, mas não derrubaram o PS”.

O histórico socialista e conselheiro de Estado Manuel Alegre foi um dos que reforçaram essa mensagem ao longo do Congresso. “Parece que já se fala numa nova dissolução da Assembleia da República. Isso pode fazer-se uma ou duas vezes, mas ninguém dissolverá o PS. Ninguém dissolverá a capacidade de resposta, o espírito de resistência do PS, que tem mais de 50 anos e nunca virou a cara à luta”.

Carlos César, reeleito presidente do PS, foi o primeiro a criticar directamente o Presidente da República pela dissolução do Parlamento e convocação de legislativas antecipadas, na sequência da demissão de António Costa de Primeiro-Ministro, por causa da Operação Influencer, há exactos dois meses, em 7 de Novembro.

“Nas circunstâncias então difundidas, o Primeiro-Ministro fez o que lhe era institucionalmente requerido, mas o Presidente da República, em resposta, não fez o que politicamente era devido”, considerou o também membro do Conselho de Estado.

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