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Malnutrição na gravidez cresce nos países pobres

O relatório concluiu que os mil milhões de mulheres e raparigas adolescentes subnutridas revelaram estar “com um peso e uma altura abaixo da média.” Também constatou que sofriam de uma deficiência em micronutrientes essenciais, bem como de anemia.

O número de mulheres grávidas e raparigas que sofrem de desnutrição subiu 25% nos últimos dois anos, refere a UNICEF, a agência da ONU para as crianças, num relatório ontem divulgado.

As regiões mais pobres do mundo, como a Somália, Etiópia e Afeganistão, foram as mais afectadas, constata o documento. A UNICEF estima que mais de mil milhões de mulheres e raparigas adolescentes em todo o mundo sofrem de subnutrição. As crises recentes, agravadas pela guerra e a Covid, têm tornado, cada vez mais difícil, a obtenção de alimentos. O documento sublinha que o enorme impacto que a desnutrição está a ter na saúde infantil.

O relatório concluiu que os mil milhões de mulheres e raparigas adolescentes subnutridas revelaram estar “com um peso e uma altura abaixo da média.” Também constatou que sofriam de uma deficiência em micronutrientes essenciais, bem como de anemia.

A Ásia do Sul e a África subsaariana “continuam a ser o epicentro da crise nutricional entre as adolescentes e as mulheres”, afirma o relatório. Constatou-se que 68% das mulheres e das raparigas adolescentes nesses países tinham peso a menos, e 60% sofriam de anemia. Refere ainda o que as  mulheres nestas regiões caminham para salvar a vida dos filhos; que no Sri Lanka passam fome à medida que os preços dos alimentos aumentam; a subnutrição no Haiti aumentou exponencialmente com a Covid e a violência.

“Globalmente, 51 milhões de crianças com menos de dois anos são raquíticas. Estimamos que cerca de metade destas crianças ficam raquíticas durante a gravidez ou nos primeiros seis meses de vida, quando uma criança está totalmente dependente da mãe para se alimentar”, refere o documento.

A UNICEF estima que entre 2020 e 2022, o número de mulheres grávidas ou a amamentar sofrendo de desnutrição aguda aumentou de 5,5 para 6,9 milhões nos 12 países considerados em crise alimentar. Trata-se do Afeganistão, Burquina Faso, Etiópia, Quénia, Mali, Níger, Nigéria, Somália, Sudão, Sul do Sudão, Chade e Iémen.

“Sem uma acção urgente da comunidade internacional, as consequências podem fazer-se sentir por várias gerações”, adiantou Catherine Russell, chefe executiva da UNICEF.

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