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Lunda-Norte vai precisar de um investimento acumulado de mais de 28 mil milhões de dólares

A província da Lunda-Norte vai precisar um investimento acumulado de mais de 28 mil milhões de dólares americanos para alcançar o desenvolvimento que se pretende no quadro da Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050”, afirmou no Dundo a chefe do Departamento do Planeamento Territorial do Ministério da Economia e Planeamento, Elizabeth Fortunato.

Ao intervir no encontro de auscultação sobre a Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050”, disse que as perspectivas apontam para o alcance de um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de oito mil milhões de dólares   norte-americanos, saindo dos actuais dois mil milhões.

Elisabeth Fortunato informou que as estimativas vão fazer com que o PIB per Capita também cresça numa ordem de 3.697 dólares e elevar a taxa de emprego para 761.615 postos de trabalho, contra os actuais 354.478, tendo em vista a inclusão sócio-produtiva dos cidadãos.

Durante o encontro orientado pelo secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, acompanhado pelo vice-governador para o Sector Político Social e Económico, Frederico Barroso, a chefe de departamento referiu que no âmbito de Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050” se prevê a melhoria na assistência médica e medicamentosa, aumentando deste modo o número de médicos e enfermeiros de 2.250, para 7.057, tendo igualmente assegurado que todas as estatísticas vão acompanhar o crescimento demográfico da província que se estima para 2.205.212 até 2050, tendo em conta a extensão territorial local.

Para tal, de acordo com Elizabeth Fortunato, será necessário o reforço da actividade de mineração de diamantes, com ganho , impacto  e aproveitamento das excelentes condições para  o  impulsionamento da  produção agro-pecuária.

Por seu turno, o secretário do Estado para a Economia, Ivan dos Santos revelou que a Estratégia de Longo Prazo é um instrumento central do Sistema Nacional de Planeamento e tem como objectivo principal, o estabelecimento de uma visão de longo prazo para o desenvolvimento do país, através da identificação das acções centrais que deverão ser implementadas nos próximos anos para o alcance dos resultados preconizados.

A  concepção do documento, resulta da revisão da anterior Estratégia, denominada “Angola 2025”  que  teve início após a publicação do Decreto Presidencial 11/17, com o qual se criou a Comissão Multissectorial para a revisão e extensão da visão até 2050, tendo os trabalhos iniciados em 2019,  cuja  versão ficou  concluída no ano seguinte.

O secretário do Estado  mencionou que  a estratégia está baseada em 5 eixos,  concretamente a   valorização e desenvolvimento do capital humano, o desenvolvimento das infra-estruturas, diversificação da economia,  promoção de um ecossistema resiliente e sustentável e a garantia de uma nação justa com igualdade de oportunidades.

Explicou que para cada um destes eixos, que são apresentados, estão previstos compromissos e metas específicas, que pretendemos alcançar com a colaboração de todos os intervenientes no processo.

Ivan dos Santos informou que para a elaboração da presente Estratégia, foi tida em consideração o desfasamento da anterior estratégia com os objectivos preconizados, assim como a necessidade de alinhamento da estratégia às agendas em que a Angola faz parte, como a Agenda 2030 das Nações Unidas e a agenda da União Africana.

“Jogou também um papel preponderante no ciclo político quinquenal, pois havia a necessidade de balizar o novo PDN 2023-2027, tendo em conta a caducidade da anterior estratégia prevista para 2025”, realçou.

A agro-pecuária, silvicultura e pescas poderão representar 22 por cento do PIB em 2050, 1,3 vezes o valor da África Sub- saariana em 2022. A agricultura assim como a silvicultura contribuirão para este crescimento devido a três factores nomeadamente, selecção de culturas com uma maior adequação agronómica e maior procura doméstica e internacional, aumento da área de cultivo em mais de duas vezes e a área de floresta plantada e aumento da produtividade por hectare de 3 vezes, aproximando-se de países pares climáticos.

As pescas chegarão a um VAB de 16 mil milhões de dólares, alavancado do potencial da aquicultura que representará 70 por cento do total de produção. A pecuária irá ter um VAB de 5 mil milhões de dólares devido ao aumento de cabeças de gado e à melhoria da produtividade.

“Documento de extrema importância”

Este documento, de extrema importância, é o resultado de um trabalho de 4 anos, tendo sido precedido por uma consulta prévia, com entrevistas a vários representantes da nossa sociedade, dentre líderes políticos, líderes associativos, sociedade civil, membros da cooperação internacional, entre outras entidades, que com as suas importantes contribuições colaboraram para alimentar o conteúdo deste documento.

Porém, devido à pandemia Covid-19, com todas as consequências que acarretou consigo para o ambiente social e económico do País, foi necessário se proceder a uma revisão e actualização da Estratégia antes da submissão para a consulta pública, tendo em conta a alteração significativa de muitos pressupostos que levaram à elaboração do documento.

Ivan dos Santos revelou que depois de superado a pandemia e controlado os efeitos causados, fez-se um documento actualizado, e estando em condições de recolher contributos de toda a população, com vista a melhoria e maior adaptação do instrutivo às necessidades dos principais beneficiários das soluções nele presentes.

O responsável disse que a Estratégia apresentada, procura respeitar 3 importantes princípios, sendo estes a necessidade de ser um instrumento claro na acção e de fácil monitorização, a busca da coerência económico-financeira e a necessidade de uma maior articulação intersectorial.

“O que irá permitir a criação de um documento adaptável às várias situações que podem ocorrer durante a sua vigência, assegurando assim o equilíbrio e a coordenação entre os vários sectores intervenientes no processo, assim como uma adaptação ágil às alterações que o país pode vir a enfrentar”, frisou.

Contamos, assim, com as contribuições de todos os cidadãos desta província, dando nota desde já que o documento estará disponível no portal do MEP até ao dia 15 de Junho, estando também disponível em outras plataformas digitais. É possível inserir o próprio contributo directamente na plataforma do Ministério da Economia e Planeamento, que está devidamente configurada para o efeito, ou também através do carregamento na plataforma de um documento com os próprios contributos.

Daí ter apelado aos residentes da Lunda-Norte que possam avaliar o documento e dar os próprios contributos, pois, “só assim teremos uma Estratégia de Longo Prazo que reflecte realmente a visão e a vontade de todos os angolanos, dos mais variados estratos sociais, contribuindo para uma maior e melhor eficácia dos resultados preconizados”, sentenciou.

Já o vice-governador para o Sector Económico, Político e Social, Frederico  Barroso que presidiu ao acto realçou que o documento estabelece com clareza as actividades de cada sector, desde a educação à agricultura, indicando concretamente as previsões que se esperam alcançar nestes sectores até 2050.

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