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Lula não poupa críticas ao status quo no discurso da 78ª Sessão da AG da ONU

O presidente do Brasil, Lula da Silva, depois do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, foi o segundo a intervir na 78ª Sessão da ONU que ontem, terça-feira, dia 19 de Setembro, teve início em Nova Iorque, EUA.

Num discurso que durou 21 minutos, Lula foi aplaudido cinco vezes, sobretudo quando mencionou a desigualdade e a fome no mundo, citando dados do último Mapa da Fome da FAO para afirmar que é preciso “vencer a resignação que nos faz aceitar” as injustiças e que “falta vontade política” para combate as desigualdades sociais.

Depois, continuando num tom assertivo, disse que “falta vontade política” aos governantes mundiais para vencer as desigualdades sociais. Voltou a responsabilizar os países ricos pelas dívidas ambientais, e lembrou que o desmatamento na Amazónia reduziu 48% durante seus oito meses de mandato. Afirmou também que a guerra na Ucrânia “escancara a incapacidade colectiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU” e teceu duras críticas ao Conselho de Segurança, que teria perdido a capacidade de mediar conflitos.

Lula não esqueceu as vítimas das recentes catástrofes naturais, particularmente em Marrocos e na Líbia. “Desejo igualmente expressar as minhas condolências às vítimas do terremoto em Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia, a exemplo do que ocorreu recentemente no estado do Rio Grande do Sul, no meu país. Estas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis. Os nossos pensamentos e orações estão com todas as vítimas e os seus familiares.”

No rol de críticas, Lula citou ainda o Fundo Monetário Internacional (FMI), apontando o dedo à organização por emprestar mais dinheiro aos países europeus do que aos africanos. “No ano passado, o FMI disponibilizou 160 mil milhões de USD em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas 34 mil milhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável.”

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