Exxon anuncia perfuração do primeiro poço na Bacia do Namibe para 2024
A previsão é fazer o primeiro poço de exploração no Bloco 30 da Bacia do Namibe no IV trimestre de 2024. Será o primeiro teste para confirmar o funcionamento do sistema petrolífero. Em caso de descoberta comercial, a ANPG acredita que será possível contribuir para reverter o declínio.
A petrolífera dos Estados Unidos Exxon Mobil anunciou que vai fazer, no último trimestre de 2024, o primeiro poço de exploração no Bloco 30 localizado na Bacia do Namibe, na fronteira entre Angola e a Namíbia, numa actividade que vaio confirmar o verdadeiro potencial daquela bacia, anunciou Katrina Fisher, a directora Geral da Exxon Mobil em Angola.
Da parte do Governo e da Exxon Mobil, a expectativa em encontrar hidrocarbonetos em grandes quantidades na Bacia do Namibe é muito elevada, apurou o Expansão. A sustentar esta expectativa estão os resultados de algumas análises aos dados geofísicos e geológicos da referida bacia, realizados pelos especialistas da concessionária e da Exxon Mobil, que comprovam semelhanças com a Bacia de Santos, no Brasil, onde se produziu quase 2 milhões de barris de petróleo por dia e 83,8 milhões metros cúbicos de gás por dia, totalizando 2,4 milhões de barris por dia.
Entretanto, como se trata de uma bacia onde o sistema petrolífero ainda não foi testado, é necessário perfurar o primeiro poço de exploração e em caso de descoberta fazer-se um poço de avaliação, para depois se determinar qual a quantidade e a qualidade do petróleo ou de gás existente no Bloco 30 da Bacia do Namibe em caso de descoberta.
A liderar esta mega operação está Katrina Fisher, directora geral da Exxon Mobil em Angola, cargo que assumiu recentemente substituindo a também norte-americana Melissa Bond.
Fisher foi durante dois anos directora de produção (operação) da Exxon Mobil em Angola e diz estar confiante que com o apoio e colaboração do Executivo e dos parceiros “continuaremos a operar o bloco 15 de forma eficiente a expandir” a presença da Exxon Mobil em Angola. Trata-se de uma bacia de risco e ainda não explorada. Aliás, das quatro bacias sedimentares em Angola esta é a única que ainda não foi testada e por isso ainda não se sabe o seu real potencial.
Apesar de ser ainda muito cedo para se medir o verdadeiro impacto dos seis blocos da Bacia do Namibe na Economia angolana, a ANPG coloca a exploração de petróleo na província do litoral sul de Angola entre os de prioridade número dois, ou seja, que podem ajudar a reverter o declínio da produção a médio prazo.
Ou seja, só os resultados do primeiro poço no Bloco 30 poderá confirmar se há ou não petróleo ou gás naquele espaço da Bacia do Namibe e os resultados deste poço vão determinar o futuro da actividade da Exxon naquela bacia. Segundo Lúmen Sebastião, director de Exploração da Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG), a actividade de exploração dentro da perspectiva na bacia do Namibe faz parte dos três pilares da estratégia de exploração da ANPG.
O primeiro pilar, de acordo com o responsável, é a reversão do declínio da produção. “Actualmente produzimos 1,1 milhões de barris de petróleo por dia. Ou seja, o nosso primeiro pilar na estratégia de exploração é reverter este declínio acentuado e fazemos isso olhando para os projectos de prioridade número um, que são aqueles que conseguimos colocar em produção a curto e médio prazo. Estes projectos estão inseridos nas concessões que temos actualmente dentro das áreas de desenvolvimento”, clarifica.
Na estratégia da concessionária estão “em segundo plano os projectos que nós achamos que conseguimos colocar em produção a médio e longo prazo. E ai sim entra a bacia do Namibe” concluiu.