Expo-Uíge 2023 termina com volume de negócios acima de 300 milhões de Kwanzas
Terminou no passado sábado, a Expo-Uíge/2023, que se realiza anualmente em torno das festividades da cidade do Uíge, que na presente edição serviu para celebrar os 106 anos desde que a antiga vila “Marechal Carmona” foi elevada à categoria de cidade.
As contas da já considerada maior bolsa de negócios do Norte do país supera as expectativas da administração municipal do Uíge, da organização e de todos os expositores. O volume de negócios transaccionados atingiu 300 milhões de kwanzas.
Este valor representa uma subida na casa de 90 pontos percentuais face aos dados da edição de 2022 (160 milhões), explicado pelo aumento “das vendas do sector de maquinarias ligadas à agropecuária”, segundo a organização.
“Aqui foram expostas máquinas do sector da agricultura com valores acima de 100 milhões de kwanzas, por isso, afirmamos sem medo de errar e com a confirmação dos expositores, que a expo – Uíge/2023 superou as demais feiras já realizadas”, detalhou Carlos Calas, PCA da C. Calas, empresa organizadora do evento.
Expositores satisfeitos
Expositores, produtores, empreendedores, pequenos e grandes empresários dos vários sectores da vida económica da província e do país foram unânimes ao afirmar que a actual edição da feira superou as expectativas de negócios, tendo impulsionado as vendas, facilitando parcerias entre agentes económicos e criado novas oportunidades para o progresso económico.
No espaço de convergência dos agentes económicos, realizada por cada edição das festas da cidade do Uíge, foi montada uma tenda gigante onde era possível acompanhar as potencialidades de cada sector com realce para agricultura, industria, comércio, transportes, mobiliários, empreendedorismo, tecnologias de informação, vestuários, calçado e outros.
A volta da feira, a montra das potencialidades agropecuárias das 16 administrações municipais chamava atenção pelo número infindável de produtos agrícolas expostos, tendo permitido a comercialização de centenas de toneladas . Nomeadamente a mandioca, banana, ginguba, feijão, milho, muteta, beringelas, pepinos, cenouras, cana-de-açúcar, batata caule, batata doce e rena, abacaxis, citrinos, entre outros.
Entre as reacções dos produtores , destaca-se a da responsável da cooperativa Lucala, do município do Songo Feliciana Miguel que afirmou que tinha cumprido seus planos, “Trouxemos sete toneladas de produtos diversos com destaque para o bombo, mandioca, banana, quizaca, batata doce e, surpreendentemente, vendemos tudo em apenas dois dias”, detalhou.
Outro produtor, mas do município de Cangola, responsável da associação agrícola Ana Penza, Castro Kilonde Daniel, também não escondeu o entusiasmo. “Ficámos sem como buscar outros produtos, mas no campo, ainda temos muitos a serem escoados. Estão disponíveis 60 sacos de bombo, quatro toneladas de cana-de-açúcar, duas toneladas de batata e uma tonelada de ginguba”.
Do município de Dange Quitexe foi descarregada a melancia, pepinos, feijão fresco, ananás, beringelas e outros produtos. “Trouxemos 27 toneladas de produtos diversos, mas já esgotaram, e neste momento, outra equipa regressou à fazenda em busca de outros produtos para o comércio, pois estamos a receber ainda muitos pedidos de compras de vários clientes”, vincou à reportagem do Jornal de Angola, a expositora Gloria Cambongue, responsável da Fazenda agrícola com o mesmo nome.
Já o presidente da cooperativa Ana Kuilo/11 ( com cerca de 72 membros), do município do Puri, Distinto Vazio Teca, considerou a feira uma oportunidade valiosa, mas sugeriu que “o assunto das estradas devia ser bem debatido e [que devemos] encontrar formas de desenvolver os nossos municípios através das vias de acessos. “Localmente produzimos em grande quantidade, Neste momento temos diversos alimentos já prontos numa área de 24 hectares, mas devido à degradação das vias de acesso, os produtos estão deteriorando-se porque os compradores não chegam nas zonas de produção”, sublinhou .