Empresa espanhola assina acordo para transformar ZEE em zona franca
A Zona Económica Especial (ZEE) de Angola e a CIMALSA, empresa detida pelo Governo Autónomo da Catalunha, Espanha, assinaram hoje, terça-feira, em Barcelona, o acordo que vai acelerar a transição do perímetro industrial em uma Zona Franca.
De acordo com a ANGOP, o objectivo é estimular o comércio e, às vezes, acelerar o desenvolvimento industrial de uma região.
O acordo tem duração de quatro anos, prevê passagem da experiência da CIMALSA à ZEE no desenvolvimento e implementação de projectos logísticos, industriais e de serviços, bem como a adopção de fórmulas de gestão e exploração já testadas em projectos geridos por esta empresa.
De acordo com uma nota da ZEE citada pela ANGOP, a CIMALSA, nos últimos 30 anos, especializou-se em promover, desenvolver e gerir infra-estruturas e centros de transporte de mercadorias, logística e mobilidade, sendo essa a entidade que vai colaborar no processo de transição da ZEE Luanda-Bengo para Zona Franca.
O conhecimento e a experiência desta empresa catalã poderão ser de crucial importância no estabelecimento dos procedimentos técnicos, administrativos e legais, na transformação da ZEE em Zona Franca.
O presidente do Conselho de Administração da Zona Económica Especial Luanda-Bengo, Manuel Francisco Pedro, rubricou o Memorando, no âmbito da visita que efectua à Espanha de 15 a 17 de Maio de 2023.
O PCA da ZEE vai igualmente manter um encontro com os responsáveis da BAC Engineering Consultancy Group, empresa do grupo multinacional Socotec, que actua sobretudo nos sectores de gestão urbana e industrial, engenharia civil e rentabilização das energias renováveis, com reduzidas emissões de carbono.
Esta missão de negócios alinha-se aos objectivos do Conselho de Administração da ZEE, com vista à atracção de potenciais parceiros para a dinamização dos actuais projectos em curso na ZEE Luanda-Bengo.
Dados disponíveis apontam que a Zona Económica Especial (ZEE) arrecadou quatro milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 116%, comparativamente ao período homólogo, cuja receita cifrou-se à volta dos dois milhões de dólares.
O referido indicador demonstra o interesse ou apetência que os empresários têm em investir naquela zona industrial, tendo em conta as vantagens competitivas geográficas e de infra-estruturas instaladas no respectivo parque.
Na ZEE, a indústria ligeira ocupa uma cifra de 62% da produção global, seguindo-se o sector do comércio, com 28%, enquanto o sector de serviços representa 10%.
A instalação de empresas na zona industrial permitiu a criação de sete mil e 500 postos de trabalho, com destaque para a existência de 81 empresas operacionais, das 157 instaladas inicialmente.
A carteira de negócios da ZEE regista um volume confirmado de 60 milhões de euros para o próximo trimestre, facto que permitirá a criação de aproximadamente dez mil postos de trabalho até ao final deste ano.
A ZEE tem um crescimento de 3% por ano, em média, bem como as taxas de juro atractivas do ponto de vista da remuneração do capital de risco/especulativo e as receitas do petróleo como as principais oportunidades que podem ser aproveitadas para relançar a produção interna e a economia nacional.
Zona Franca é uma região isolada e delimitada dentro de um país e beneficiada com incentivos fiscais e tarifas alfandegárias reduzidas ou ausentes.