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Crise climática pode colocar mais de 80 milhões de pessoas em risco de fome no mundo

O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, alertou que a crise climática pode colocar mais de 80 milhões de pessoas em risco de fome até a metade deste século.

Na sessão do Conselho de Direitos Humanos, recentemente realizado, Turk enfatizou que os eventos climáticos extremos, sejam repentinos ou graduais, estão a destruir plantações, rebanhos, pescas e ecossistemas inteiros. Também recordou que que mais de 828 milhões de pessoas passaram fome em 2021.

Segundo Turk, actualmente os impactos das crises climáticas são mais sentidos por pequenos agricultores e pessoas na África Subsaariana, na Ásia e na América Latina. Ele disse que com a aceleração do aquecimento esses impactos irão se espalhar e “nenhum país será poupado.”

Na ocasião, o alto comissário apelou para que as crianças não recebam um futuro de fome e sofrimento.

“A geração actual dispõe das ferramentas tecnológicas mais poderosas da história para impedir o aquecimento do planeta em níveis que podem tornar a comida, água e a vida humana irreconhecíveis”, disse.

O alto comissário pediu que a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP 28, seja o “ponto de virada que o mundo tanto precisa.” Destacou igualmente o papel dos tribunais que actuam em litígios climáticos em fazer com que empresas e governos respondam por seus actos.

Em mensagem para outro evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que a ciência afirma ainda ser possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5C°.

No evento, durante um vídeo exibido na abertura da sessão do Comitê de Proteção do Ambiente Marinho, Guterres lembrou que a indústria naval é responsável por 3% das emissões globais de gases do efeito estufa.

Pediu que o encontro, em Londres, no Reino Unido, tenha como resultado a aprovação da Estratégia de Gases Poluentes, estabelecendo o compromisso do sector em zerar as emissões no máximo até 2050.

O líder da ONU acredita que o encontro do Comitê é uma chance não apenas de criar um futuro mais próspero para a indústria marítima, mas também um futuro mais seguro para a humanidade.

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