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Corredor do Lobito vai gerar novas receitas

Consórcio Trafigura Group Pte, Vecturis, Mota-Engil, Engenharia e Construção África vai gerir, por um período de 30 anos, o Corredor do Lobito, trazendo ganhos de eficiência e modernização ao sector, que reforça a sua competitividade e importância na economia. O Estado vai arrecadar rendas, e o projecto contribui para o PIB.

O consórcio vai assumir a operação, a exploração e a manutenção do transporte ferroviário de mercadorias entre o Lobito e o Luau, assim como a manutenção de toda a infra-estrutura existente ao longo do Corredor.

Com um valor de 100 milhões USD de prémio de assinatura da concessão, o Ministério dos Transportes, em nota de imprensa citada na ANGOP, refere que vai permitir diferenciar os concorrentes, com base na sua capacidade financeira, face à dimensão dos activos em causa.

Com as rendas negociadas, o Estado angolano prevê arrecadar receitas de 319 milhões USD nos primeiros 10 anos, 787,5 milhões entre o décimo primeiro e o vigésimo, e petto de 920 milhões nos últimos 10 anos.

Nos termos da concessão, agora adjudicada, o concessionário vai investir 256 milhões USD em infra-estruturas, 73 milhões em equipamentos e material circulante, e um valor adicional de 4,3 milhões em actividades diversas.

A concessão tem a duração de 30 anos, podendo ser extensível a 50, caso o concessionário opte por construir o ramal ferroviário Luacano (Moxico) – Jimbe (Zâmbia).

A adjudicação do Corredor do Lobito encerra, segundo com o Ministério dos Transportes, outros benefícios relevantes para o país, designadamente o impacto directo no desenvolvimento de indústrias, “fortemente” dependentes da cadeia logística, como são a agricultura e as minas, e a consequente criação de empregos em cada uma delas.

Vai ainda permitir criar oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva, face ao transporte rodoviário, capaz de contribuir para a redução das tarifas de transporte de carga.

A exploração do Corredor do Lobito vai permitir que o transporte ferroviário propicie um conjunto de benefícios, contribuindo para o desenvolvimento local e regional.

O mesmo poderá contribuir para o Produto Interno Bruto (PIB), estimado entre 1,6 a 3,4 mil milhões USD.

Actualmente, a principal receita do Corredor do Lobito advém do transporte de minerais, provenientes da exploração na região do Copperbelt (englobando a RDC e a Zâmbia), no sentido descendente (Luau/Lobito) e com destino à exportação para o mercado internacional.

O Corredor do Lobito, que favorece os negócios das grandes e das pequenas empresas, iniciou em 1899, ano em que o Governo português retomou a construção da ferrovia para dar acesso ao interior e às riquezas minerais do Congo Belga.

Conta com uma extensão ferroviária de 1.866 quilómetros, sendo que 1.344 quilómetros, somente em Angola, dando acesso à parte mais interior do país e da RDC. Em Tenque, encontra-se ligado aos sistemas ferroviários da RDC e da Zâmbia.

Através da ligação à Zâmbia, é possível chegar-se à cidade da Beira, em Moçambique, e a Dar-es-Salaam, na Tanzânia, junto ao oceano Índico, facilitando as trocas comerciais.Também se encontra ligado, indirectamente, ao sistema ferroviário da África do Sul, fazendo parte de uma rede ferroviária transcontinental.

A linha férrea do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), em concreto, está dotado de infra-estruturas modernas, com 67 estações. Começou a ser construída em 1903 e ficou pronta em 1929, com um acordo de concessão de 99 anos.

O contrato de concessão de exploração, de 99 anos, atribuído à Companhia do CFB SARL, terminou a 28 de Novembro de 2001, revertendo a favor do Estado angolano todos os meios fixos e circulantes da companhia.

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