Comícios na Guiné-Bissau é só para alguns partidos
As formações políticas guineenses Partido da Renovação Social (PRS) e Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) realizaram, no sábado, dia 27, um comício popular em Bissorã, no norte do país, apesar de este tipo de acções políticas estarem proibidas pelo Governo.
No dia 15 de Janeiro, o Ministério do Interior e Ordem Pública anunciou a proibição de qualquer manifestação pública ou comício político em todo o território nacional e por um período indeterminado. A medida, anunciada pelo Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública (POP), Salvador Soares, tem como base a situação de segurança no país que o Ministério do Interior considera actualmente precária.
Porém, este sábado, em Bissorã, o PRS e a APU-PDGB realizaram um comício popular com milhares de pessoas, sem que tenham sido importunados pela polícia. Os dois partidos integram o Governo de iniciativa presidencial, entretanto, instituído pelo chefe de Estado guineense, de quem o líder da APU-PDGB, Nuno Nabiam, é conselheiro especial com regalias de primeiro-ministro.
A polícia guineense proibiu, no entanto, no dia 18, uma manifestação pacífica convocada pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka), vencedora das eleições legislativas de Junho passado, evocando a interdição de aglomerações públicas de pessoas.
A manifestação deveria ter lugar em Bissau para a PAI -Terra Ranka protestar contra a decisão do Presidente Umaro Sissoco Embaló de dissolver o Parlamento em Dezembro e demitir o Governo que tinha sido eleito em Junho.
A PAI -Terra Ranka tem protestado contra a dissolução do Parlamento e a queda do seu Governo, por considerar que são medidas inconstitucionais.
A Constituição guineense veda a dissolução do Parlamento 12 meses depois das eleições legislativas.