Cimeira Rússia-África é provável que tenha lugar na Guiné-Equatorial
A próxima cimeira Rússia-África poderá realizar-se na Guiné-Equatorial, país que integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Uma notícia que não reúne consenso entre os Estados-membros. As negociações entre os Governos dos dois países intensificaram-se nas últimas semanas e poderão ficar concluídas nos próximos dias.
O executivo de Moscovo está empenhado em aprofundar as relações com o continente africano, para ganhar influência política internacional e ter acesso aos inúmeros recursos naturais de África.
Este relacionamento privilegiado entre a Guiné-Equatorial e a Rússia não surpreende a professora e pesquisadora Ana Lúcia Sá. Em declarações à RDP África, a pesquisadora referiu que “a Rússia sempre foi um parceiro importante para a Guiné-Equatorial bem como também outros países, outros grandes poderes, não ocidentais. Há uma relação histórica e bem-sucedida que no actual momento internacional é importante para a Guiné-Equatorial também ter este apoio da Rússia, sobretudo quando se pensa que neste Estado do Equador pode estar para muito breve uma transição dentro do regime com a assunção cada vez maior do vice-presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, há muito condicionado sobre suspeitas que sobre ele pesam. Daí esta proximidade com parceiros menos exigentes em alguns critérios. Por aí pode haver um apoio que não se coaduna com os dictâmes neoliberais das instituições financeiras internacionais como o FMI ou o Banco Mundial.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, deverá visitar a Guiné Equatorial antes das eleições russas marcadas para 17 de Março. Nessa altura poderá ser feito o anúncio oficial do local da cimeira.
Para os analistas a cimeira será um incómodo, mas não passará disso. Recorde-se que todos os países africanos da CPLP, com excepção de Cabo Verde, preferiram a abstenção no que respeita à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.