BNA reúne próxima semana para analisar redução da taxa de inflação
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Dias, anunciou ontem, na província de Moxico, que esta instituição poderá reunir no dia 19 de janeiro o Comité de política Monetária (CPM) para analisar e discutir a redução da taxa de inflação. Economista fala em aumento da produção com a concretização da medida.
A actual taxa de inflação da economia do país poderá estar abaixo da cifra vigente fixada em 18,19 por cento, com o intuito de se estabilizar a economia nacional. A medida visa tornar a economia do país cada vez mais estável. Segundo a Angop, o responsável reiterou que a estabilização dos preços na economia nacional continua a ser o principal desafio desta instituição financeira.
Questionado sobre o actual quadro do sistema financeiro nacional, disse que “do ponto de vista global e sistémico, porta-se bem, a julgar por diversos indicadores que permanentemente têm sido objectivo de avaliação por parte do Comité de Estabilidade do Sistema Financeiro deste órgão”. A perspectiva para o corrente ano, segundo o dirigente, é de continuar a trabalhar na implementação do plano estratégico do BNA em vigor desde 2023 até 2028 para o êxito das atribuições do banco central do país.
“Redução vai estimular aumento da produção”
O economista Marlino Sambongue considera que a redução da taxa de inflação vai impulsionar o aumento da produção, porque a taxa de juro que os bancos cobram depende da taxa de juro directora do BNA. O especialista sublinhou que um dos grandes desafios do Executivo e do BNA é reduzir a inflação para 6% a 4%, porque a inflação é um imposto que as populações pagam sem haver uma cobrança por par- te do Estado.
Entretanto, disse, a redução deste nível de inflação vai ajudar a dar maior poder de compra às populações que poderão manter maior rendimento. “E se a inflação reduz significa que a taxa de juro directora e nominal também se reduz a níveis de 10% a 8%, o que significa que o crédito fica mais barato, caso isso aconteça as empresas poderão solicitar crédito para realizarem investimentos e mais investimentos aumenta a produção”. Por um lado, enfatizou, o BNA tem como mandato principal a estabilização dos preços, o que significa que é o seu foco principal e por isso deve usar todos os instrumentos que dispõe para esse objectivo.
O economista considera que deve haver uma conjugação entre a política monetária e política de aumento da produção nacional para consumo e exportação que constitui a preocupação para o Executivo. Por isso, o aumento da produção fará com que a política monetária seja expansionista no médio prazo. “Teremos no médio prazo uma redução da taxa de inflação e por consequência uma redução da taxa de juro”, realçou.
Mas o Banco Central precisa adequar o regime de política monetária onde utiliza como instrumento de condução da política monetária a base monetária e passe a utilizar a taxa de juro do BNA. “Penso que o nosso sistema financeiro está mais resiliente e dinâmico em relação há cinco ou 10 anos”, sublinhou. Marlino Sambongue disse que a curto prazo é desafiante haver uma redução, mas tudo depende como a oferta de bens e serviços se irá se comportar ao longo do ano, assim como a taxa de câmbio.