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Aperto financeiro faz cair envio de dinheiro para o exterior no segundo trimestre de 2023

Remessas de angola caem 33% de um trimestre para o outro e solidificam caminhada de queda que vem desde o mesmo período de 2022, num cenário em que Angola recebe menos de 1% do que envia.

As remessas ou transferências pessoais feitas de Angola para o exterior do país caíram cerca de  63 milhões de dólares do primeiro para o segundo trimestre do ano em curso, como mostram os dados do Banco Nacional de Angola. As remessas ou transferências enviadas para o mundo, mostram os dados, posicionaram-se nos 126,5 milhões de dólares, no segundo trimestre de 2023, abaixo dos  189 milhões USD enviados no primeiro trimestre do ano em curso.

Uma queda no envio de dinheiro para o exterior que salta à vista agora neste intervalo entre o primeiro e o segundo trimestres, mas que já vem de algum tempo e evidencia, dizem economistas, os apertos financeiros. Os dados a que OPAÍS teve acesso, mostram que além desta queda de 33% de um trimestre para o outro, desde o segundo trimestre de 2022 que os envios de dinheiros de Angola para o exterior têm vindo, sucessivamente, a cair.

No segundo trimestre de 2022, as remessas angolanas para o exterior rondaram os 307 milhões de dólares. No terceiro trimestre daquele ano, as remessas caíram para os 283 milhões de dólares, enquanto no quarto trimestre chegaram aos 232 milhões de dólares. Mantendo o caminho da queda, no primeiro trimestre de 2023, as remessas angolanas para o exterior se situaram nos 189 milhões de dólares, para no segundo trimestre chegar aos actuais  126 milhões de dólares, como se verifica nos dados a que OPAÍS teve acesso.

Três países recebem mais de 84% das remessas angolanas

A lista de destino das remessas angolanas para o exterior é isolada- mente liderada por Portugal, para onde são enviados 67,5% do total das remessas angolanas, evidenciando a sua relevância nas relações internacionais de Angola. Isto transcende mesmo a relação entre os Estados e solidificando cada vez mais a sua relevância naquilo que é o desenrolar da vida dos cidadãos. Afinal, as remessas não tratam de dinheiro enviado pelo Estado, mas pelas pessoas. Em segundo lugar nessa lista de destinos das remessas angolanas,

aparece, bem longe de Portugal, o Vietname que recebe pouco mais de 10% das remessas angolanas, como mostram os dados do BNA, sendo que completa o pódio a China que recebe exactos 6,7% do total das remessas angolanas.

Angola recebeu remessas abaixo de 1% do que enviou

Em sentido inverso, Angola recebeu de remessas do exterior, meros  1,6 milhão USD, um valor baixo, bem menos que 1% do enviado de Angola para o exterior e que revela bem o Estado de incapacidade que Angola tem de trazer remessas para cá. O cenário só piora se percebermos que este registo que já é mau de todo, representa uma contracção de mais de 58% quando com- parado com os 3,8 milhões recebidos no primeiro trimestre do ano em curso. Um valor que é igualmente inferior aos 3,4 milhões USD recebidos por Angola na forma de remessas provenientes do exterior, no mesmo período de 2022.

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