
Angola vai participar em encontro sobre energia atómica no Botswana
Angola foi convidada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para participar, em Outubro próximo, no Botswana, num seminário regional sobre a protecção física de materiais nucleares e radioactivos, no âmbito da reformulação do Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear (INSSP).
O anunciou foi feito, esta terça-feira, pelo director-geral da Autoridade Reguladora de Energia Atómica (AREA).
Pedro Lemos prestou a informação ao Jornal de Angola, durante o intervalo da Reunião Técnica para a finalização do INSSP, que decorre desde segunda-feira em Luanda e encerra amanhã.
O responsável disse que, para o seminário regional, vão participar, por parte de Angola, um elemento da AREA e outro do Ministério das Relações Exteriores, tendo manifestado disponibilidade para a participação de representantes de outras instituições.
“Toda as outras instituições que queiram participar no evento deverão contactar a direcção da AREA para fazer a sua inscrição”, garantiu o director-geral da AREA.
Angola foi convidada, também, a participar no mês de Novembro de 2024, em Viena de Áustria, num outro curso sobre protecção física de materiais nucleares e radioactivos.
“Dentro do plano que está a ser gizado, a AIEA propõe, também, que se faça um encontro para altos dirigentes do país sobre a protecção física de materiais nucleares, radioactivos e poderá ser realizado no próximo ano ou em 2025, em Angola”, disse Pedro Lemos.
A SADC é uma organização inter-governamental, criada em 1992, dedicada à cooperação e integração sócio-económica, assim como à cooperação em matérias de política e segurança dos países da África Austral.
Além de Angola, são Estados-membros da SADC, a África do Sul, Botswana, Comores, Eswatini (ex-Swazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo (RDC), Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Técnicos nacionais
Angola precisa do dobro ou triplo de técnicos especialistas em protecção radiológica e nuclear para trabalhar nas 18 províncias do país, revelou Pedro Lemos.
“Precisamos de 30 técnicos para cobrir o país. Por exemplo, há dois anos que não visitamos nenhuma província, porque temos défice de quadros para fazer as visitas e inclusive muitas províncias por onde passámos, há anos que estão a cobrar a nossa presença”, disse o director-geral da AREA.
Questionado se o país tem pessoal que possa fazer parte dos quadros da AREA, Pedro Lemos garantiu que existem.
“Temos, porque a Faculdades de Ciências da Universidade António Agostinho Neto tem formado especialistas na área de Física Nuclear. Logo, estes elementos são os potenciais candidatos para ocuparem estas vagas”, confirmou o responsável da AREA.
Outras formações
Pedro Lemos explicou que, para se projectar um especialista na área de protecção radiológica e nuclear, são precisas outras formações. “Além da formação académica universitária é, ainda, necessária a realização de outros cursos, que serão ministrados pela AREA e no exterior do país”, anunciou o director.
Dos 11 técnicos da AREA, Pedro Lemos garantiu que são licenciados, tendo acrescentado que todos eles têm, também, cursos de pós-graduação. “Há necessidade de aumentarem conhecimentos para que não fiquem à margem daquilo que se faz mundialmente”, concluiu o responsável AREA.