Angola quer ver esclarecido o incidente que envolveu o presidente da CEEAC no Gabão
O Governo angolano deu conta, no sábado, dia 20, que a casa do presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Gilberto Veríssimo, de nacionalidade angolana, foi assaltada em Libreville, capital do Gabão, e pediu explicações a este país na sequência deste incidente diplomático.
“O embaixador Gilberto da Piedade Veríssimo viu a sua residência invadida por homens armados e fardados, de nacionalidade gabonesa, na manhã de quarta-feira, 17 de Janeiro, que o molestaram psicologicamente, enquanto vasculhavam os compartimentos da sua residência”, prossegue a nota do Ministério das Relações Exteriores.
Entretanto, um comunicado de imprensa emitido pelo Ministério das Relações Exteriores angolano refere ter havido um encontro entre o ministro Téte António e o Presidente da organização, o Chefe da Estado da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema no sábado, em Kampala, a capital do Uganda.
No encontro, o ministro angolano apelou a Obiang para “interceder junto das autoridades gabonesas sobre o sucedido, exortando as autoridades deste país a observarem os princípios de protecção e salvaguarda da segurança e integridade físicas de entidades diplomáticas acreditadas naquele país, plasmadas nos distintos diplomas legais do direito internacional, bem como das organizações continentais, regionais e sub-regionais”, lê-se na nota.
O encontro entre Téte António e Teodoro Obiang Nguema durou aproximadamente 30 minutos e “serviu para o chefe da diplomacia angolana manifestar a sua profunda indignação face ao atentado à segurança e à integridade físicas do embaixador angolano Gilberto da Piedade Veríssimo, que exerce as funções legítimas de presidente da CEEAC, com sede em Libreville, República do Gabão”, indica a nota.
Por seu turno, o Gabão já anunciou que foi aberto um inquérito para determinar os autores deste “acto lamentável” e “as condições em que o mesmo foi cometido.”
Em comunicado, o Ministério do Interior e da Segurança do Gabão reafirma que o país, “consciente da sua reputação de hospitalidade e do seu estatuto diplomático em África, não tenciona abandonar os seus compromissos internacionais e comunitários em matéria de protecção dos diplomatas, missões diplomáticas e organizações internacionais acreditadas no seu território, no pleno gozo dos privilégios e imunidades diplomáticas que lhe estão associados.”