
Angola destaca acção contra alterações climáticas em Fórum
A Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2022-2035, alinhada com a visão da Agenda 2063, da União Africana e à Agenda 2030 da ONU, desenvolvida pelo Executivo, tendo em vista a mitigação dos efeitos climáticos, foi destacada, terça-feira, em Genebra, Suíça, pela secretária de Estado das Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça.
Ao intervir no painel de alto nível da 14ª Cimeira do Fórum Mundial sobre Migração e Desenvolvimento (GFMD), que decorre desde ontem, no Centro Internacional de Conferências de Genebra, a diplomata explicou que as alterações climáticas incidem, negativamente, sobre o desenvolvimento do país, forçando a deslocação de pessoas e influência na qualidade de vida dos cidadãos.
Esmeralda Mendonça dissertou sobre “o impacto das alterações climáticas na mobilidade humana”, tendo ressaltado a importância do Canal de Cafu como um projecto integrado e de grande escala na província do Cunene. Sublinhou que a infra-estrutura, erguida no âmbito do combate à seca que regularmente afecta às populações do Sul do país, representa uma das respostas mais acertadas do Governo ao fenómeno.
Segundo o jornal de Angola, a secretária de Estado lembrou, ainda, os efeitos devastadores causados pelas alterações climáticas, realçando o facto de algumas vezes ter obrigado as pessoas a atravessar as fronteiras nacionais, com particular destaque para a Namíbia.
Monitoramento climatológico
O lançamento do satélite Angosat-2, ocorrido no quadro do Programa Espacial Nacional, continuou Esmeralda Mendonça, vai contribuir e ajudar a melhorar o monitoramento climatológico dos fenómenos meteorológicos, bem como a elaboração de políticas antecipatórias ligadas à mobilidade em todo o país e na África Austral.
A diplomata defendeu, igualmente, a importância da realização de investimentos críticos, não somente nas pessoas, como também em infra-estruturas chaves, com vista a tirar maior proveito da combinação entre a migração e o desenvolvimento, incluindo no contexto das alterações climáticas.
“A escolha do tema para este painel foi pertinente e oportuna para a retoma do tão esperado Fórum Mundial sobre Migração e Desenvolvimento, pouco tempo após o alcance de mais um importante marco no quadro da COP28. Neste sentido, Angola saúda a liderança da França na realização deste evento”, disse.
Esmeralda Mendonça revelou que “as alterações e os riscos climáticos acrescem a pressão sobre a mobilidade humana e devem levar os Estados e demais parceiros a reflectir sobre os constrangimentos e oportunidades de tomar medidas precoces e acções coordenadas a todos os níveis, para criar caminhos de adaptação centrados nas pessoas”.
Para a secretária de Estado, a Estratégia Nacional 2022-2035 prende-se, também, com o fortalecimento, resiliência das comunidades, acesso à mobilidade adaptativa, bem como o aproveitamento do movimento de pessoas para o desenvolvimento resiliente às alterações climáticas.
O Fórum Mundial sobre Migração e Desenvolvimento comporta seis eixos, nomeadamente, impacto das alterações climáticas na mobilidade humana; direitos e migrações; diásporas como actores do desenvolvimento económico, social e cultural dos territórios; migrações laborais; melhoria do lugar da migração nas mentalidades colectivas; e a governação multinível.
O evento permite que os Estados-membros, em parceria com a sociedade civil, o sector Privado, os Governos locais e regionais, os jovens, o Sistema das Nações Unidas e partes interessadas relevantes analisem e discutam questões sensíveis, criem consenso, apresentem soluções inovadoras e partilhem políticas e boas práticas sobre os processos de migração e desenvolvimento.
O Fórum foi criado em 2007, sendo um processo que ajuda a moldar o debate global sobre migração e desenvolvimento.