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Angola defende transição energética equilibrada para África

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, defendeu, esta quinta-feira, em Viena, capital da Áustria, que a transição energética deve ser feita de forma justa e equilibrada para os países africanos, tendo em vista a realidade de cada Estado.

O governante, que falava no segundo dia do  8° Seminário Internacional sobre Energias Renováveis, promovido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), referiu que é imperioso que  não seja imposta a nenhum país uma transição energética igual para todos, tendo em conta a realidade de cada Nação sobre energias limpas.

“Nós em Angola temos as nossas realidades. Muitas pessoas vivem em pobreza energética (escassez de energia eléctrica)   e uma transição energética imposta não vai diminuir essa pobreza, vai ainda aumentar“, precisou.

Falando num painel com o tema ”Os caminhos para transição energética”, Diamantino Azevedo sublinhou que Angola actualmente  possui uma matriz energética de quase 7% de energia produzida de forma limpa, com perspectivas de aumentar gradualmente.

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás  fez saber ainda que  Angola dispõe de uma agenda própria para a transição energética, cuja estratégia passa pelo aproveitamento dos recursos petrolíferos e  gás, potenciando, ao mesmo tempo, as energias renováveis.

Disse também que África vive o dilema, na sua maioria de países produtores de matérias-primas, de serem importadores de derivados de petróleo, daí que deve haver vontade global  para mudar este quadro.

“Num caso particular, Angola exporta petróleo bruto e importa 80% dos derivados, isto não é justo  e temos que mudar isso” , frisou o ministro.

Durante o debate, Diamantino Azevedo teve como pares  de painel o seu homólogo do Egipto, Tarek El Mollaz, a antiga ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Ana Palácio, e a Secretária de Estado para Energia e Clima de Portugal, Ana Gouveia.

O destaque do 1° dia (quarta-feira) foi a participação do Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Martins, no painel sobre “Investimento energético: desafios e oportunidades”, trocando argumentos com homólogos da ENI, VITOL, PETROBRAS e KPC.

“Rumo a uma transição energética sustentável e inclusiva” é o lema que anima este seminário, inicialmente agendado para 2021, mas que conheceu outro adiamento em 2022, devido às restrições de viagem e aglomeração impostas pela pandemia da Covid-19, materializando-se agora, entre 5 e 6 de Julho de 2023.

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