Angola defende elevação do papel da África nas instituições multilaterais
A África subsariana deve elevar a representatividade no Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI), defendeu a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, numa mesa redonda sobre as “Prioridades e políticas do FMI”, promovida pela secretária do Tesouro Americano, Janet Yellen, em Marraquexe, Morrocos.
O Gabinete de Comunicação Institucional e Imagem do Ministério das Finanças divulgou, ontem, a intervenção em que, a ministra angolana, ao lado da sua homóloga norte-americana, declara que “há um legado que precisa de ser resolvido para que o FMI cumpra, com êxito, o compromisso de dar maior visibilidade aos países da África subsariana no cenário macroeconómico mundial”.
“É necessário que se atribua o posto de terceiro presidente do Conselho de Administração do FMI à África subsaariana, que é o menos representado no conselho. Instituições fortes cumprem os seus compromissos. Façamos com que o FMI cumpra o seu compromisso de elevar a voz da África subsariana. Vamos fortalecer juntos o FMI, com mais apoio da nossa região”, exortou a ministra na mesa redonda realizada durante as reuniões anuais do FMI e Banco Mundial, que encerram, hoje, na cidade marroquina. no quinto dia de trabalhos.
Vera Daves de Sousa acrescentou que “a criação do terceiro presidente será convocada com medidas de reforma, incluindo a recente decisão do G-20 de estabelecer um representante permanente para a União Africana, de forma a fortalecer a voz de África, em importantes questões financeiras globais”.
A ministra declarou o apoio de Angola à continuidade e o aumento de quotas, bem como a conclusão da 16ª revisão geral, para elevar o poder do FMI.
Frisou que vários países cresceram e as suas posições na economia mundial mudaram, num contexto de crise, exigindo-se uma acção mais forte por parte do fundo, “maior participação de todos nas decisões e uma voz mais representativa dos países”.
A ministra considerou ainda que a relevância do FMI depende da capacidade de adaptar o aconselhamento político e o conjunto de ferramentas de empréstimo, dado o papel central que ocupa na arquitectura financeira global.
“Entendemos que é necessário um reinvestimento na instituição. No futuro, continuará a ser necessário adaptá-la às mudanças de realidade e fortalecê-la no cumprimento da sua missão, para que continue a desempenhar melhor o seu papel de fornecer um sólido apoio macroeconómico, aconselhamento político, assistência técnica e assistência financeira aos países”, apelou Vera Daves de Sousa.
O ministra está desde sábado em Marraquexe, à frente de uma delegação institucional que inclui o ministro da Economia e Planeamento, Mario Caetano João, e o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, tendo desenvolvido uma intensa actividade à margem das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, incluindo encontros com as lideranças das duas instituições multilaterais.