
Assembleia Nacional realiza 2ª Conferência sobre Direitos Humanos
No âmbito das comemorações dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), teve lugar hoje, dia 11, na Assembleia Nacional de Angola, sob o lema “Promoção da Educação Direitos Humanos para Bem Exercer e Cidadania”, a 2ª Conferência Sobre Direitos Humanos.
Para além dos deputados, marcaram presença no evento membros do Governo, de órgãos de segurança, da sociedade civil e representantes das Nações Unidas.
No seu discurso de abertura dos trabalhos, a Presidente da Assembleia Nacional Carolina Cerqueira destacou que “os Direitos Humanos são uma construção e que se devem fazer sentir, de forma prática e efectiva, no nosso dia-a-dia. […] “A Declaração Universal é um roteiro que ajuda a acabar com as guerras, sanar divisões e a promover vidas de paz e dignidade para todos.”
Depois, lembrou o contexto em que surgiu a DUDH: “Quando, em 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, havia um propósito claro: assegurar que todos os seres humanos, em todos os lugares tivessem direitos básicos pelo simples facto de serem seres humanos.” E continuou: “Os 30 artigos deste documento histórico, têm norteado os Estados no sentido das prioridades e do caminho a seguir na adopção de políticas públicas que salvaguardem a igualdade de direitos e de oportunidades para todos. De facto, é inegável o contributo da Declaração Universal dos Direitos Humanos na elaboração de vários tratados de direitos humanos e na legislação de vários países.”
Depois, a presidente da NA, apontou retrocessos ao ideal comum a ser conquistado por todos os povos. “Hoje 75 anos depois, continuamos a pôr em causa os princípios da Igualdade, liberdade e dignidade humana. Continuamos a passar por problemas éticos e religiosos que põem em causa a universalidade os DH resultantes dos vários cenários de dor e sofrimento humano, como trabalho escravo, tráfico humano, tortura, violência sexual ou baseada no género, crise de refugiados, terrorismo internacional, redes clandestinas que exploram emigrantes, casamentos precoces e forçados e tantos outros problemas.”
No final da intervenção, Carolina Sequeira, fez questão de lembrar os avanços em Angola em matéria de DH. “Nesta data comemorativa devemos reconhecer que o nosso país regista avanços notórios em matéria de preservação dos direitos humanos, enquanto conquista dos angolanos, que se traduzem na promoção, defesa e fiscalização dos direitos humanos. E isso é comprovado pela aprovação de políticas públicas, com destaque para a Estratégia Nacional dos Direitos Humanos e a criação de um adequado quadro legal e institucional, tendentes a garantir a realização, de forma sistemática e consequente, da efectivação dos direitos fundamentais e da defesa da dignidade dos angolanos. Não obstante esses esforços, a actual condição económica do país tem dificultado a materialização plena de alguns direitos fundamentais.”
E terminou: “É meu desejo que possamos, todos os dias, em todo o lugar, dar o nosso contributo para termos uma Angola cada vez melhor e cada vez mais promotora, respeitadora e defensora dos direitos humanos.”