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Angola: um país africano com enorme potencial e um futuro promissor

Ao longo de 2022, equipas de jornalistas do programa ‘Business Angola’ viajaram por todo o país africano para descobrir os ativos económicos mais destacados do país. A Euronews oferece-lhe um resumo de alguns dos relatórios mais notáveis. Assim, essa retrospectiva ‘look’ começa com a indústria de energia, um dos setores mais importantes do país.

Angola tem sido um actor energético global. O petróleo e o gás constituem a maior parte de suas exportações. Políticas favoráveis aos negócios ajudaram a atrair novos investimentos de gigantes como a TotalEnergies e a ExxonMobil (NYSE:XOM).

“Esta é uma das nossas maiores subsidiárias, pois temos seis instalações, seis plataformas petrolíferas, seis grandes embarcações de produção a trabalhar em profundidades marítimas entre 1500 e 2.000 metros”, afirma Olivier Jouny, CEO da TotalEnergies Angola.

Isto pode contribuir para que Angola se torne o maior produtor de petróleo da África Austral, tal como previsto pela Agência Internacional de Energia.

“Temos a maior operação em águas profundas de toda a corporação. Temos uma relação de colaboração muito próxima e conseguimos avançar em algumas questões importantes”, explica Melissa Bond, CEO da ExxonMobil Angola.

O país africano também está promovendo uma transição ecológica em energia, como parte da diversificação de sua economia.

“A visão da Somoil é tornar-se a empresa líder em energia integrada, não só em Angola, mas em África. As energias renováveis desempenharão um papel muito importante para nós. Uma delas é o sol, relacionado à exposição solar. Angola tem um dos melhores de África. A segunda é a energia hidrelétrica. Há muitos rios em Angola”, diz Edson dos Santos, CEO da Somoil.

Esses rios também ajudam a impulsionar a agricultura e o turismo de Angola. Visitamos a vinícola ‘Vale do Bero’, ao lado do Rio Bero. Na rica província agrícola do Namibe, produz cerca de 80.000 garrafas de vinho por ano.

Seu sucesso não se deve apenas à abundância de água. Duas colheitas são feitas por ano, graças a um clima favorável.

“É uma vantagem. É uma vantagem muito grande, em relação à maioria dos países, porque a maioria dessas nações só tem uma colheita anual”, diz Paulo Múrias, proprietário da vinícola Vale do Bero.

Vinhas da adega ‘Vale do Bero’, junto ao Rio Bero, em Angola. Euronotícias

O clima também é uma grande vantagem para outras culturas. Algo que os chamados “reis angolanos” da pitaya, ou “fruta do dragão”, e o morango têm um gosto bom.

“Temos as melhores condições do mundo para produzir morangos. Estamos a 2 000 metros de altura. Temos um clima ideal, temos um inverno seco”, diz Yudo ‘El Rey de la Fresa’ Borges, proprietário da Sociedade Agrícola Amorosas de Huila.

Imagem de morangos cultivados na Sociedade Agrícola Amorosas de Huila, Angola. Euronotícias

As vantagens são o clima e a água, juntamente com o abandono de pesticidas e fertilizantes.

“A fruta, seja a manga, o abacaxi, a pitaya, qualquer um que você queira falar… o fruto que tem um gosto bom, foi produzido seguindo um sistema natural de cultivo”, afirma Aderito Costa, conhecido como ‘O Rei da Pitaya’. Uma fruta que também é chamada de “fruta do dragão”.

Imagem de uma ‘pitaya’, ou ‘fruta do dragão’, cultivada na propriedade de Aderito Costa, conhecido como ‘O Rei da Pitaya’, em Angola. Euronotícias

Angola, outrora um país produtor global de café, está a fazer um ressurgimento. Isto é demonstrado na Fazenda Vissolela, na província do Cuanza Sul.

“O projeto Vissolela abrange 1.000 hectares de terra, todos focados em cafés especiais. Assim, serão cerca de 100 hectares de cada variedade de café arábica, e 80% desse café será exportado”, diz Guilherme Diniz, CEO da Fazenda Vissolela.

Imagem dos grãos de café cultivados em Angola, outrora um dos maiores produtores mundiais. Euronotícias

Pequenos agricultores participam no projecto Cazengo Coffee na província do Cuanza Norte.

“Trabalhamos com cerca de 500 cafeicultores permanentes. Então, todos os anos, eles nos fornecem a matéria-prima”, diz Camila Paula, diretora comercial do Café Cazengo.

Angola está também a tentar desenvolver, a nível internacional, o que se chama “turismo da diáspora”. Um turismo que se destina aos descendentes dos angolanos, que os colonizadores portugueses venderam como escravos em todo o mundo, ao longo dos séculos.

Imagem do “corredor do rio Cuanza”, eixo central do chamado “turismo da diáspora” em Angola. Euronotícias

O eixo central deste turismo é o corredor do rio Cuanza. É um percurso que começa em torno das espectaculares Cataratas da Calandula, no leste de Angola, e estende-se até à costa atlântica.

“Ouvir as ondas batendo em um momento de calma, ao longo do dia, me lembra as vozes daqueles que viajam rio abaixo, os gritos, a incredulidade, a escravidão”, diz Vincent Tucker, presidente da William Tucker Society 1624.

A família Tucker, da Virgínia, Estados Unidos, pretende desenvolver o chamado “turismo da diáspora”. Seus antepassados, Antoney e Isabella, estavam entre os cerca de seis milhões de angolanos que foram escravizados.

O norte-americano Gregory Hutchinson, baterista de jazz, viajou várias vezes a Angola, tanto para dar concertos como em busca de memórias. Assim, tem estado no Museu da Escravatura, em Luanda.

O norte-americano Gregory Hutchinson, baterista de jazz, na sua visita ao Museu da Escravatura, em Luanda. Euronotícias

“Para mim, tem sido incrível vir aqui e descobrir algumas coisas. Eles despertam você e fazem você ver que há muito mais a aprender. Para mim, este é o começo de uma jornada”, explica Gregory Hutchinson, baterista de jazz.

Angola é um país com um futuro promissor. A nação africana tem muita história, beleza natural e potencial econômico nos setores de energia, agricultura e turismo, entre outros.

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