
Detectados 168 casos de cancro da mama no I trimestre
O Instituto Angolano de Controlo do Cancro diagnosticou, no primeiro semestre deste ano, 168 casos de cancro da mama, informou hoje, segunda-feira, em Luanda, a directora clínica daquela unidade sanitária, Elisabeth Sales Cândido.
A reponsável falava à ANGOP, por ocasião do Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização para o controle do cancro da mama, criado no início da década de 1990 pela fundação Susan G.Komen For the Cure.
A data, celebrada anualmente, tem como objectivo compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.
Ainda na estatística dos anos anteriores foram diagnosticados, em 2019, 261 casos de cancro da mama, com um registo de três homens, o que não é comum, enquanto que em 2020 foram registados 282 casos (5 homens) e em 2021, 295, com 6 homens.
Nas últimas duas décadas, o número total de pessoas diagnosticadas com cancro quase dobrou, passando de cerca de 10 milhões em 2000, para 19,3 milhões em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por cancro em mulheres.
Fez saber, que além do cancro da mama têm diagnosticado outros tipos de cancros, com destaque para o do colo uterino, próstata, sarcoma de Kaposi, tumores da pele, do gastrintestinais, hematológicos, leucemia e outros tumores leves.
Na área pediátrica o que mais lidera são a leucemia e os linfomas.
O cancro da mama, que ocupa a primeira posição naquele hospital, causou durante o primeiro semestre deste ano, 15 mortes.
O Instituto de controlo do cancro realiza diariamente cerca de 50 consultas em diferentes sexos e idades.
Segundo a especialista em oncologia, o hospital tem um funcionamento em torno de 90 por cento, apesar da inoperância do aparelho de mamografia, devendo os pacientes dirigirem-se a outras unidades sanitárias para a sua execução.
Para a responsável, o Outubro Rosa internacionalmente é dedicado ao cancro da mama para que as pessoas possam refletir e ter melhor conscientização sobre esta doença, que afecta maioritariamente as mulheres.
As pessoas precisam saber mais sobre esta doença, pois a falta de informação faz com que muitos pacientes cheguem ao hospital já em estado avançado, tornando as chances de cura quase nula.
Precisou que as consultas de rastreio realizadas naquela unidade têm ajudado a identificar precocemente os casos de cancro da mama, apesar de o foco ser tratar os doentes oncológicos.
Fez saber que cerca de 3 a 4 por cento dos pacientes com diversos tipos de cancro desistem do tratamento, alguns por questões culturais e outros por aconselhamentos pastorais.
“Isso é uma questão que muito nos preocupa, porque chegamos a perder muitos pacientes por questões referenciadas, perdem tempo em tratamentos tradicionais e quando chegam a nossa unidade nada se pode fazer”, disse.
O que é a doença e como prevenir
A especialista definiu o cancro da mama como uma neoplasia (crescimento ou proliferação anormal, autónoma e descontrolada de um determinado tecido do corpo) que tem origem nos tecidos mamários, geralmente nos ductos (tubos que transportam o leite para o mamilo) ou nos lóbulos (glândulas que produzem o leite).
Os principais factores de risco para o desenvolvimento de cancro da mama estão ligados a históricos familiares ou predisposição genética, idade, factores hormonais , densidade mamaria, uso de contraceptivos, obesidade, alimentação rica em gordura, tabaco e excesso de álcool .
Como prevenção aconselhou as pessoas a fazerem o rastreio por mamografia, recomendado a cada dois anos entre os 50 e os 74 anos, bem como fazer o auto-exame regularmente.