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Zimbabwe prepara eleições em plena crise económica

O Zimbabwe atravessa uma crise económica exacerbada pela hiperinflação. Segundo analistas, é improvável que as eleições de 2023 tragam mudanças para melhor.

Os partidos políticos do Zimbabué já se encontram em plena campanha para as eleições gerais previstas para 2023, multiplicando comícios e outras atividades para mobilizar as suas bases.

A Comissão Eleitoral do Zimbabué ainda não anunciou a data exata para o escrutínio, mas aponta julho ou agosto como os meses mais prováveis. As eleições de 2018 ocorreram em 31 de julho.

Os principais partidos políticos que concorrem às eleições são a União Nacional Africana do Zimbabué – Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla inglesa), que está no poder desde a independência em 1980, e a Coligação dos Cidadãos para a Mudança (CCC, na oposição), formada no início deste ano e liderada pelo político veterano Nelson Chamisa.

Nas eleições presidenciais de 2018, o Presidente Emmerson Mnangagwa ganhou 50,8% dos votos. Chamisa, que se candidatou pelo Movimento para a Mudança Democrática (MDC), obteve 44,3%.

Os analistas acreditam que Chamisa, de 44 anos, vai voltar a desafiar Mnangagwa, de 79 anos. A porta-voz da CCC, Fadzayi Mahere, disse à DW ter esperança de que, desta vez, Chamisa ganhe as eleições.

“Os cidadãos do Zimbabué depositaram inequivocamente a sua fé no triplo C, o nosso movimento de cidadãos”, disse Mahere, acrescentando: “Demonstrámos contra todas as probabilidades que somos uma alternativa competente e credível à ditadura, violência e corrupção da ZANU-PF”.

 O analista político pró-ZANU-PF, Gibson Nyikadzino, não acredita que a oposição represente uma ameaça ou ofereça uma alternativa ao partido no poder.

“Eles sabem que não têm qualquer hipótese, devido à sua falta de organização estrutural e institucional, que são elementos-chave para garantir a mobilização política e ganhar uma eleição”, disse Nyikadzino à DW.

Fadzayi Mahere acredita, pelo contrário, que se a eleição se realizasse de forma justa e livre, a ZANU-PF não teria qualquer hipótese de permanecer no poder: “Portanto, continuaremos focados em mobilizar o Zimbabué para a mudança”.

Há mais de duas décadas que o Zimbabué é assolado por constante instabilidade. Acresce a hiperinflação, que empobreceu o país outrora próspero.

O Governo está em negociações com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional para obter assistência para liquidar as suas dívidas com instituições financeiras internacionais. A dívida externa do Zimbabué ronda os nove mil milhões de euros.

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